Teatro Sergio Cardoso abre programação com “O Antipássaro”, espetáculo baseado na obra e vida da poeta Orides Fontela

Com Nilton Bicudo e, Roteiro e Direção de Elias Andreato, espetáculo terá nova temporada em São Paulo, de 20 de janeiro a 03 de março, na sala Paschoal Carlos Magno, sábados e domingos, às 18h

Foto Rodrigo Chueri

“Quero morrer sem obedecer a ninguém, sou o próprio coração selvagem, a poesia ocupou todos os espaços da minha vida, não tenho mais nada, só os meus livrinhos, não conheci o amor, nunca amei ninguém. A gente faz poesia mas tem de viver de prosa, tem de cuidar da vida, transformar o verbo em verba. Muito além é o país do acolhimento, me trataram não como poeta mas como um caso humano e chegaram a falar mal de mim porque sou pobre. Estou cansada desse folclore. Meu maior fracasso é não ser ateia”.

  

Uma das maiores poetas brasileiras, Orides Fontela reflete em sua obra um viés filosófico e profundo, seco e conciso da vida. Colocar em cena as palavras de Orides Fontela, sua poesia, seu olhar artístico e lúcido para que o universo feminino conquiste o protagonismo necessário foi tarefa de Elias Andreato e Nilton Bicudo, que celebram as mais de três décadas de parceria artística. O espetáculo abre a programação de 2024, da sala Paschoal Carlos Magno, do Teatro Sergio Cardoso, em temporada de 20 de janeiro a 03 de março.

O espetáculo O Antipássaro nasceu da vontade do ator Nilton Bicudo experenciar a potente poesia de Orides. Pela parceria teatral formada com o ator e diretor Elias Andreato naturalmente nasceu o roteiro, de encenação simples focado na palavra, que usa uma escrivaninha e uma cadeira como cenário, luz funcional e trilha composta por Jonatan Harold.

O roteiro traz a poesia de Orides, a sua estrela, e também recortes biográficos a partir de entrevistas da poeta que apresentam ao público seu pensamento e criação, seu ideal de poesia.

Nascida em São João da Boa Vista, interior de São Paulo, em 21 de abril de 1940, sua pequena e densa obra se sobressai pela radical modernidade e cortante lucidez de sua linguagem.

Embora tenha sido massacrada pelo mundo masculino acadêmico e estigmatizada por viver na solidão e na pobreza, foi reconhecida desde o início de sua carreira por intelectuais como Antonio Candido e Davi Arigucci Jr., publicou cinco volumes incontornáveis de poemas: Transposição (1969), Helianto (1973), Alba (1983, pelo qual recebeu o Prêmio Jabuti), Rosácea (1986) e Teia (1996), e algumas dezenas de poemas inéditos, unindo densidade e clareza, asperidade e beleza.

Morreu em 12 de outubro de 1998, de tuberculose, no Sanatorinhos de Campos do Jordão, e quase foi enterrada como indigente. Escapou desse destino por causa de um exemplar de seu livro “Teia”, que mantinha entre seus poucos objetos e que foi achado por uma enfermeira da clínica. Filha de pai operário e analfabeto, começou a escrever aos sete anos, estudou filosofia na USP, foi professora primária mas detestava lecionar, morou no CRUSP e no diretório acadêmico 11 de agosto. Teve poucos amigos, era “de difícil convivência”. Morou também na Cesário Mota ao lado Minhocão, e teve a luz cortada diversas vezes por falta de pagamento. “Morar perto de Avenidas não é tão ruim quanto se pensa. É só fechar a janela”. Amou gatos, não amou pessoas e foi atropelada quatro vezes.

Elias foi professor de Teatro de Nilton e o convidou para ser seu assistente em Van Gogh (1993). De lá para cá foram vários espetáculos juntos: A Comédia dos Homens (2000), Mãe é Karma (2009), Amigas Pero No Mucho (2012 à 2019),  Édipo (2011), A Garota do Adeus (2012), Coisa de Louco (2012), Myrna Sou Eu (2013 a 2022), Dona Bete (2016) Comédia.com (2022) e agora O Antipássaro, um vôo pra pensar o que é ser artista no Brasil.

 

Ficha Técnica:

Roteiro e Direção de Elias Andreato baseado na obra e vida da poeta Orides Fontela

Com: Nilton Bicudo

Luz e Cenário de Elias Andreato

Música Composta por Jonatan Harold

Assistência de Direção: Zé Gui Bueno

Fotografia: Rodrigo Chueri

Designer gráfico: Keren Ora Karman

Figurino de Marcelo Leão

Produção de Rosa Vermelha Produções Artísticas

ELIAS ANDREATO

Ator de teatro, cinema e televisão, diretor e muitas vezes roteirista dos seus próprios trabalhos. Sua busca é pela humanidade dos personagens que interpreta e seus espetáculos freqüentemente questionam o papel do artista na sociedade e a relação com seu tempo. Construiu uma carreira sólida feita, acima de tudo, pela escolha por personagem/personalidades que pudessem traduzir esse pensamento – Van Gogh, Oscar Wilde, Artaud, são exemplos dessa escolha e resultaram em interpretações marcantes que garantiram a ele um lugar especial no teatro brasileiro.

 

NILTON BICUDO

Ator, paulistano, formado como advogado em 1988, pela PUC-SP, e em Teatro em 1992, no Teatro Escola Célia Helena. De lá pra cá, participou de mais de 60 peças como ator e diretor, com diretores como Fauzi Arap, Renato Borghi, Gianni Ratto, Cibele Forjás, Marco Antomio Braz, Grace Gianoukas, Francisco Medeiros, Aimar Labaki entre outros. Em textos de Tennessee Williams, Aristófanes, Anton Tchecov, Sófocles, Shakespeare, Büchner, Nelson Rodrigues e também a nova dramaturgia brasileira, de Antonio Rocco, Newton Moreno, Pedro Vicente, Ivam Cabral, Gustavo Machado, Fauzi Arap e Felipe Sant’Ângelo.

Em 2008 foi indicado ao Shell de melhor ator por O Natimorto, texto de Lourenço Mutarelli, adaptado e dirigido por Mário Bortolotto. Em cinema, participou de filmes de Ruy Guerra, Bruno Barreto, Ugo Georgette e Daniel Filho, entre outros. Na TV, fez seis novelas (Andando nas Nuvens e Desejos de Mulher, na Globo; Sangue do Meu Sangue, Uma Rosa com Amor e Cúmplices de um Resgate, no SBT; e Água na Boca, na Bandeirantes), participou dos seriados A Diarista, Os Normais, Sob Nova Direção, Super Sincero, Macho Man, entre outros. Recentemente esteve no filme Os Farofeiros e na novela Todas as Flores da Globoplay e Globo Filmes, ambos sucessos de público.

Foto Rodrigo Chueri

“O verbo embebê-lo de denso vinho, a vida dissolvê-la no intenso júbilo”. Orides Fontela, beber na fonte dela, úmida fonte rubra do ser e do não ser. Saber de cor seu silêncio e profaná-lo em palavras.

O Antipássaro estreou em 28 de novembro de 2022 em São Paulo e fez temporada até 23 de fevereiro de 2023. Viajou pelo interior do Estado de São Paulo em entre setembro e outubro de 2023

 

Repercussão crítica e matéria:

 

https://deusateucombr.wordpress.com/2022/11/29/o-antipassaro-por-marcio-tito/

https://www.terra.com.br/diversao/no-solo-o-antipassaro-nilton-bicudo-voa-nas-asas-do-poeta-orides-fontela,a0d18df2cb178f363083098bbed1cae91w1qml3f.html

 

Serviço:

Teatro Sergio Cardoso

Sala Paschoal Carlos Magno

Rui Barbosa ,153, Bela Vista, São Paulo-SP

Sábado e domingos às 18h

Preços – R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia entrada)

Duração: 60 min

Classificação indicativa:  14 anos

Capacidade: 144 lugares

Compras pelo site https://site.bileto.sympla.com.br/teatrosergiocardoso/

Sobre a Amigos da Arte

A Amigos da Arte, Organização Social de Cultura responsável pela gestão dos teatros Sérgio Cardoso e de Araras e do Museu de Diversidade Sexual (MDS), trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e iniciativa privada desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo difundir a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em seus mais de 15 anos, a entidade desenvolveu 58 mil ações que atingem mais de 25 milhões de pessoas.

 

Sobre o Teatro Sérgio Cardoso

Localizado no boêmio bairro paulistano do Bixiga, o Teatro Sérgio Cardoso foi inaugurado em 13 de outubro de 1980, com uma homenagem ao ator. Na ocasião, foi encenado um espetáculo com roteiro dele próprio, intitulado “Sérgio Cardoso em Prosa e Verso”. No elenco, a ex-esposa Nydia Licia, Umberto Magnani, Emílio di Biasi e Rubens de Falco, sob a direção de Gianni Rato. A peça “Rasga Coração”, de Oduvaldo Viana Filho, protagonizada pelo ator Raul Cortez e dirigida por José Renato, cumpriu a primeira temporada do teatro. Em 2020, o TSC cumpriu 40 anos de atividades, tendo recebido temporadas importantes de todas as linguagens artísticas e em novos formatos de transmissão, se consolidando como um dos espaços cênicos mais representativos da cidade de SP.

 

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