Presidente do Chile diz que América Latina precisa reagir em conjunto contra golpe de Bolsonaro

DCM.- Em entrevista à revista Time, publicada nesta quarta-feira (31), o presidente do Chile, Gabriel Boric, foi questionado sobre a possibilidade de o mandatário brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), não aceitar os resultados das eleições de outubro. Ele defendeu que a América Latina “tem que reagir em conjunto para colaborar na prevenção” a um possível golpe de Estado no Brasil.

“Foi muito esperançoso ver a carta de São Paulo, que tem um milhão de assinaturas a favor da democracia, com a transversalidade dos signatários de [vários setores da sociedade e da política]. Foi um sinal poderoso da sociedade civil brasileira”, disse. “Se houver uma tentativa como aconteceu, por exemplo, com a Bolívia [em 2020], onde se acusou de fraude que não foi, e um golpe de Estado foi validado, a América Latina tem que reagir em conjunto para colaborar na prevenção”.

Leia mais: Chile convoca embaixador do Brasil para explicar acusações de Bolsonaro contra o presidente Boric.

A entrevista foi divulgada após declarações de Bolsonaro (PL) sobre o líder chileno no debate presidencial de domingo (28), na Band.

Em sua fala final, Bolsonaro criticou lideranças de esquerda na América Latina e acusou Boric de atear fogo em metrôs durante os protestos de outubro de 2019, que pediam uma maior igualdade social. “Lula apoiou o presidente do Chile também; o mesmo que praticava atos de tocar fogo em metrôs, e olha para onde está indo o nosso Chile”, disse.

Na segunda-feira (29), o governo do Chile convocou o embaixador brasileiro em Santiago para prestar esclarecimentos após as falas do chefe do Executivo brasileiro.

Antonia Urrejola, chanceler chilena, classificou, em nota, as declarações de Bolsonaro como “inaceitáveis”, e afirmou que elas “não condizem com o trato respeitoso que se deve aos chefes de Estado, tampouco com as relações fraternas entre os países latinoamericanos”.

Segundo ela, o governo chileno está “absolutamente convencido de que esta não é a maneira correta de fazer política quanto se trata de dois chefes de Estado democraticamente eleitos”. Antonia classificou a relação de Bolsonaro e Boric como “respeitosa, apesar da diferença ideológica”.

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