Venezuela denuncia bloqueio de pagamento de vacinas do consórcio da OMS

Foto: Runrun
Vice-presidenta Delcy Rodríguez afirmou que mais de US$ 10 milhões foram embargados
Michele de Mello de Brasil de Fato, em Caracas. 

A vice-presidenta executiva da Venezuela, Delcy Rodríguez (foto) denunciou o bloqueio de US$ 10,3 milhões do pagamento das vacinas do consórcio Covax, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Aliança para a Vacinação (Gavi) e pela Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi).

Através do convênio, até o final de 2021, deveriam ser fornecidas vacinas para imunizar 20% da população venezuelana. O valor total era de US$ 120 milhões (cerca de R$ 660 milhões) e foram depositados pelo Estado venezuelano em maio.

No entanto, no dia 7 de junho, o embaixador da Venezuela em Genebra, Héctor Constant Rosales recebeu uma notificação da Aliança Gavi de que haviam recebido apenas U$ 109,9 milhões, deixando um passivo de pouco mais de 10 milhões.

Do total de 12 depósitos, as últimas quatro transações realizadas pela Venezuela foram embargadas pelo banco suíço UBS, que estaria “investigando” a origem dos valores. Este seria o motivo para o atraso na entrega de um primeiro carregamento com cerca de 3 milhões de doses da vacina Johnson & Johnson esperado para este mês.

“Estes recursos foram bloqueados pelo poder hegemônico, fomos excluídos do sistema financeiro internacional, e agoram violam o direito internacional e a carta das Nações Unidas. Não temos defesa e não temos a quem acudir”, declarou Rodríguez.

A Venezuela denuncia que possui cerca de US$ 7 bilhões em ativos bloqueados no exterior e que em seis anos de embargo, já contabilizou um prejuízo de ceca de US$ 130 bilhões.

O país acumula 246.764 infectados, sendo que 92% já se recuperaram da doença, e 2.764 falecidos pela covid-19. Segundo dados oficiais, o país já vacinou 11% da população e a meta é chegar a 70% até o final de 2021.

Além do consórcio Covax, o país recebeu doações de 500 mil doses do laboratório chinês Sinopharm e também fechou contratos para compra das fórmulas russas: EpiVacCorona, Sputnik V, CoviVac e Sputnik Light. Também assinou um convênio com Cuba, em abril, para iniciar a produção da vacina Abdala.

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