#RipTwitter Bilionário Elon Musk anuncia compra de 100% do Twitter

Negócio chega à casa de US$ 44 bilhões. Enquanto alguns comemoram, cresce o temor pela concentração de poder numa das maiores redes sociais do planeta nas mãos de uma só pessoa

Durante toda segunda, a hashtag #RIPTwitter (indicando a morte simbólica da rede social) figurou entre as mais comentadas do mundo

Por Gabriel Valery, RBA.

São Paulo – O bilionário sul-africano Elon Musk anunciou nesta segunda-feira (25) a compra de 100% da rede social Twitter. Após semanas de negociação, o valor estimado da transação ficou em torno de US$ 44 bilhões, ou cerca de R$ 214 bilhões. Até então, a rede social era de capital aberto e contava com controle de um conselho diretivo. Com a aquisição, fecham as ações na Bolsa, e Musk torna-se único dono.

Detalhes da operação, como aprovações regulatórias nos países em que a rede social opera, ainda devem ser divulgados nos próximos dias. Musk é conhecido por ser o líder da empresa Tesla, de carros elétricos. Outra empresa de sucesso do magnata é a SpaceX, que ostenta contratos igualmente bilionários com a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa).

Ele também opera uma operadora de internet via satélite para todo o planeta, a Starlink. Com atuação nos ramos da corrida espacial e da energia renovável, o bilionário também coleciona polêmicas. Herdeiro de uma família proprietária de minas de esmeralda na África do Sul, Musk é frequentemente relacionado ao conservadorismo político.

Quais os possíveis impactos do Twitter sob controle de Elon Musk?

O bilionário não esconde sua sanha golpista em favor do grande capital e já disse abertamente que golpes de Estado seriam aceitáveis em países que “atrapalhem” a exploração do lítio pelo mercado. O lítio é o principal componente das baterias dos carros elétricos produzidos pela Tesla e o país em que é mais abundante é a Bolívia.

Na ocasião, Musk disse em sua conta no Twitter: “Vamos dar golpe em quem quisermos! Lide com isso”. Ele havia sido provocado por um usuário que dissera: “Você sabe o que não interessa às pessoas? O governo dos EUA organizando um golpe contra Evo Morales na Bolívia para que você possa obter lítio lá”.

Suas empresas também colecionam denúncias de acobertamento de casos de assédio e exploração da mão de obra.

Liberdade para mentir

O humor na rede social após o anúncio da compra foi controverso. Enquanto muitos mostraram temor pela concentração de poder nas mãos de Musk, outros comemoraram; em sua maioria usuários que se identificam com a extrema-direita global. No Brasil, bolsonaristas celebraram por esperarem “lugar seguro” para divulgar desinformação e fake news. Nos Estados Unidos, mesmo movimento com reacionários ligados ao ex-presidente Donald Trump. Durante todo o dia, a hashtag #RIPTwitter (indicando a morte simbólica da rede social) figurou entre as mais comentadas do mundo.

Contudo, o cenário ainda é incerto. Em seu perfil no Twitter, Musk disse que sua vontade é preservar a diversidade de ideias. “Liberdade de expressão é a base do funcionamento da democracia, e o Twitter é a praça de discussão digital, onde são debatidos os assuntos vitais para o futuro da humanidade”, disse. A concretização do negócio deverá ocorrer até o fim do ano. Até lá, deverão surgir novos e mais detalhes sobre o funcionamento da rede social, agora nas mãos de um único dono.

 

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