Pastor escravocrata dos EUA desiste do Brasil

Reprodução da Internet

Por Altamiro Borges

Para tensionar ainda mais as relações entre o governo Lula e os lobistas da fé, nesta semana o “pastor” ianque Douglas Wilson decidiu cancelar a sua participação no congresso “Consciência Cristã”, que ocorrerá em Campina Grande (PB) em pleno Carnaval. Segundo avaliação da Folha, “a presença do controverso líder evangélico no evento foi pelo ralo após perfis virtuais exporem sua indignação. A gota d’água foi uma reportagem publicada na terça-feira (16) pelo site The Intercept, que sublinhou os posicionamentos de Wilson a favor do sistema escravocrata”.

“Escravos, obedeçam com medo seus donos”

O charlatão é autor de textos que defendem explicitamente a escravidão. “Suas obras contêm diversos trechos que respaldam a premissa escravagista. A mais famosa delas, ‘Southern Slavery, As It Was’ (escravidão no sul, como ela era), sobre a estrutura que escravizou milhões de africanos e seus descendentes naquela região dos Estados Unidos, usa a Bíblia para ‘defender uma forma de escravidão contra evangélicos que se envergonham por ela’, segundo sua sinopse”, detalha o jornal.

Em outro artigo, escrito em 2013, Douglas Wilson cita passagens do Novo Testamento, como uma do livro Efésios: “Escravos, obedeçam com medo e respeito àqueles que são seus donos aqui na terra… Como escravos de Cristo, façam de todo o coração o que Deus quer. Trabalhem com prazer, como se estivessem trabalhando para o Senhor e não para pessoas”. Toda sua argumentação é para justificar a cruel escravidão.

Igreja encobre violências sexuais

Além disso, o tal “pastor” também é acusado nos EUA de encobrir violências sexuais e domésticas cometidas por membros de sua igreja. “Contra ele pesam queixas sobre uma suposta leniência com abusos perpetrados por fiéis da Christ Church, igreja em Moscow, cidade do estado de Idaho. Em 2021, o site Vice publicou extensa reportagem compilando casos de mulheres que, a maioria em anonimato, se dizem alvos dessas violências”.“Um caso público é o de Natalie Greenfield. Ela contou ter 14 anos quando um estudante da Greyfriars Hall, escola de pastores fundada por Wilson, começou a abusar sexualmente dela. Ele estava na casa dos 20 anos. Em 2005, ela o denunciou à polícia. O pastor sênior teria, então, pedido a autoridades para conceder clemência ao acusado, segundo Greenfield”. Há várias outras denúncias de violência sexual encobertas por sua igreja.

Em seus asquerosos textos sobre os valores cristãos, Douglas Wilson até trata da relação entre um homem e uma mulher casados. “O ato sexual não pode ser transformado em uma festa igualitária de prazer… O homem penetra, conquista, coloniza, planta… Ela recebe, entrega, aceita”. Para o explorador da fé cristã, a submissão da mulher seria “uma necessidade erótica”.

O “pastor” ianque também serve de exemplo aos seus seguidores brasileiros no terreno da política. Ele é um reacionário famoso, “tido como um dos próceres do nacionalismo cristão, movimento que tem batalhado por um segundo mandato para Donald Trump na Presidência dos EUA”.
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