Nota de repúdio à agressão ocorrida ontem na UDESC

Ontem, dia 6 de novembro de 2016, estudantes que participam da ocupação da reitoria da UDESC fizeram um cortejo pelo campus (onde estão ocorrendo as provas do ENEM) entre 12h30 e 13h – antes de os portões da prova serem fechados. O intuito da manifestação era entregar panfletos informativos referentes à ocupação e seus motivos, e chamar a atenção de quem faria o ENEM para as ocupações que estão acontecendo em âmbito nacional – sem atrapalhar a prova.
No entanto, quando chegaram à FAED – Centro de Ciências Humanas e da Educação – foram surpreendidos pelo pai de um estudante que faria a prova, o qual se dirigiu a um dos ocupantes agressivamente, afirmando que não poderíamos estar ali e chamando-nos de vagabundos. O manifestante, então, contra argumentou, dizendo que estávamos ali contra a PEC 55 e por uma educação pública de qualidade. Neste momento, o pai do aluno começou a ameaçá-lo e empurrou-o. O ocupante então defendeu-se: “Não toca em mim”, ouvindo como resposta do homem: “Se quiser eu te encho de porrada agora mesmo”. Uma menina que fazia parte do grupo de ocupantes, colocou-se entre os dois, acreditando que não seria agredida por ser mulher. O pai do aluno, entretanto, empurrou-a. Diante disso, os manifestantes tentaram afastá-lo, enquanto ele continuava provocando. A menina agredida tirou uma foto do agressor e ele respondeu dizendo: “Vai tirar foto da sua bunda, vagabunda”. As agressões verbais de cunho machista por parte desse homem continuaram até que ele se afastou dali. Os manifestantes começaram a protestar contra o que havia ocorrido, tendo o apoio da representante do ENEM na FAED e de alguns pais ali presentes.
Vimos, por meio deste, explicitar nosso total repúdio às ações violentas de cunho misógino, machista e discriminatório proferidas por este cidadão. Voltamos a defender a legitimidade e a importância dos movimentos de ocupação que vem ocorrendo em todo o país, tendo em vista o nosso direito constitucionalmente garantido de livre expressão e manifestação, o caráter público dos lugares ocupados e da atual situação política brasileira de enormes retrocessos nos direitos sociais, tão duramente conquistados.
Lamentamos pelo transtorno causado aos estudantes que estão fazendo a prova do ENEM na FAED e reafirmamos que este não era o intuito do nosso movimento. Porém, existem fatos que fogem do nosso controle. Ressaltamos que na ESAG – outro centro por onde passou o cortejo – tudo aconteceu de forma pacífica e sem prejudicar os estudantes.

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