‘Marsha’ Nacional reforça luta por direitos de pessoas trans e travestis em Brasília

Evento aconteceu no último domingo (28) na Esplanada dos Ministérios e reuniu milhares de pessoas

Mobilização é uma celebração ao Dia da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de janeiro – Foto: Vanessa Tutti

Brasília recebeu neste domingo (28) a 1ª ‘Marsha’ Trans do Brasil, que ocorreu na Esplanada dos Ministérios, a partir da frente do Congresso Nacional e seguiu em cortejo até Museu Nacional da República.

Realizada nas vésperas do Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro, a ‘Marsha’ pautou os direitos das pessoas trans e travestis e reuniu milhares de pessoas de diversas regiões do país.

“A primeira ‘Marsha’ nacional acontecer aqui em Brasília, que é a capital do país, é justamente porque é nesse lugar que são tratadas as principais questão sobre as pessoas trans”, afirmou uma das organizadora do evento Ludymilla Santiago,que integra a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) no DF.

Representantes de organizações e coletivas que lutam por direitos de pessoas de pessoas trans e travestis marcaram presença na mobilização. “Os corpos de pessoas trans ocupam Brasília para afirmar que esse lugar também é nosso, ocupamos para reafirmar que precisamos de políticas públicas e de visibilidade, de saúde, educação, lazer, cultura, precisamos viver”, destacou Layza Lima, coordenadora da Aliança Nacional LGBTQIA+, que mora no Espírito Santo.

Militante do Coletivo Juntas no Distrito Federal, Lucci Laporta falou sobre as pautas do movimento trans. “Estamos aqui para cobrar nossos direitos, cidadania e políticas públicas de ações afirmativas para inclusão da população trans no mercado de trabalho. É muito importante a gente mostrar nossa mobilização, porque o movimento trans existe e o governo federal também precisa ouvir as nossas pautas, precisamos de cotas para pessoas trans nos concursos públicos, nos vestibulares, precisamos de saúde pública, ter as nossas especificidades atendidas pelo SUS. Temos muito para cobrar porque nesses 20 anos avançamos pouco e não vamos ficar em silêncio”.

Coletivos de diversas regiões do país participaram do ato/ Foto: Vanessa Tutti

A ‘Marhsa’ também reuniu coletivos de famílias que atuam na luta por direitos, como o Mães da Resistência. “Sou mãe de um menino trans e é importantíssimo que a gente participe desse movimento porque tem referência, ele se sente pertencente, e as famílias precisam entender, acolhar e amar, porque o amor transforma e é assim que essas pessoas vão ser felizes”, ressaltou a vice coordenadora da organização no DF, Márcia Abreu.

Parlamentares distritais e federais também participaram da mobilização. “Apesar de toda a estrada que ainda precisa ser construída para a efetivação dos nossos direitos, nós estamos aqui vivas, combativas, construtivas e não arredaremos o pé porque não nos acovardamos”, disse a deputada federal Erika Hilton, que é uma das madrinhas da ‘Marsha’, assim como a deputada Duda Salabert (PDT). Elas são as primeiras deputadas federais trans do Brasil.

Para o deputado distrital Fábio Félix (PSOL) a realização da 1ª Marsha Nacional Trans no DF foi histórica. “A maior ocupação de pessoas trans e travestis do Brasil na capital do nosso país”, avaliou o deputado, destacando que  comunidade trans tem sido o principal alvo de ataques do fundamentalismo religioso e da extrema direita: “Lutar pelo avanço dos direitos das pessoas trans e travestis deve ser nossa tarefa de todes nós”.

‘Marsha’

A ‘Marsha’ recebe essa grafia em homenagem à ativista Marsha P. Johnson, ativista trans negra, artista e profissional do sexo, que foi uma das figuras mais proeminentes do movimento pelos direitos LGBTQIA+ nas décadas de 1960 e 1970, em Nova York.

Organizada pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), a mobilização agregou mais de 40 instituições apoiadoras.

Programação

A programação em comemoração aos 20 anos do Dia da VIsibilidade Trans continua nesta segunda-feira (29). Às 10 horas, será realizado um ato no Congresso Nacional em celebração aos 20 anos da visibilidade trans. No período da tarde, às 17h, acontece a entrega do Troféu “Fernanda Benvenutty”, no auditório do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania.

Em seguida, será lançado o Dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) com os dados de assassinatos e violências contra travestis e transexuais em 2023.

A agenda termina na terça-feira (30), às 10h, com o Seminário “Travestis e Mulheres Trans na Política Internacional”.

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Flávia Quirino

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