Carlos Bolsonaro: computadores da Abin foram encontrados com ele e com um assessor

O filho de Bolsonaro nunca teve nenhum cargo no governo de seu pai, muito menos na Abin; e mesmo que tivesse tido, não poderia estar de posse do computador

Carlos Bolsonaro. Créditos: Reprodução TV Câmara

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O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) nunca teve nenhum cargo no governo de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Muito menos na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). No entanto, durante operação de busca e apreensão que ele sofreu nesta segunda-feira (20), foi encontrado um computador da Abin com ele.

Carluxo foi alvo de operação de busca e apreensão, com mira em possíveis destinatários de informações coletadas ilegalmente pela Abin. A suspeita da PF é que ele teria recebido “materiais” obtidos ilegalmente pela Abin.

A coisa, no entanto, não para por aí. Na casa de um dos assessores de Carlos Bolsonaro que é casado com uma funcionária da Abin foi encontrado um segundo computador da agência. Formalmente, a Polícia Federal não confirma e nem comenta a apreensão. As informações sao de Daniela Lima, na GloboNews.

A autorização para os mandados foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. A Polícia Federal suspeita que, sob o mandato de Jair Bolsonaro, a Abin atuou como um braço de coleta de informações ilegais, sem autorização judicial, e também como fonte de informações falsas, depois disseminadas por perfis de extrema direita para difamar instituições e autoridades.

Veja abaixo onde foram cumpridos os nove mandados de busca e apreensão:

Rio de Janeiro (RJ): 5

Angra dos Reis (RJ): 1

Brasília (DF): 1

Formosa (GO): 1

Salvador (BA): 1

A busca em Angra dos Reis ocorreu onde Jair Bolsonaro realizou uma live nas redes sociais no domingo (28). O ex-presidente e os filhos estavam no local durante esta manhã, e deixaram a casa de barco.

Operação Vigilância Aproximada

A operação desta segunda é um desdobramento de ação deflagrada pela PF na última semana para apurar o suposto esquema de espionagem ilegal na Abin durante o governo Bolsonaro. Em nota divulgada mais cedo, a PF informou que operação “busca avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas”.

Veja a íntegra da nota da PF:

A Polícia Federal cumpre, na manhã desta segunda-feira (29/1), novos mandados de busca e apreensão em continuidade à Operação Vigilância Aproximada, deflagrada na última quinta-feira. O objetivo é investigar organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.

Estão sendo cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Angra dos Reis/RJ (1) Rio de Janeiro/RJ (5), Brasília/DF (1), Formosa/GO (1) e Salvador/BA (1).

Nesta nova etapa, a Polícia Federal busca avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas. Nessas ações eram utilizadas técnicas de investigação próprias das polícias judiciárias, sem, contudo, qualquer controle judicial ou do Ministério Público.

Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

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