Após 8 anos do ataque a UFSC, professores são inocentados pela justiça

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Em 25 de março de 2014, uma terça-feira a tarde, dia de maior movimentação de estudantes, a Polícia Federal agiu de forma agressiva a Universidade Federal de Santa Catarina. Os diretores estavam em reunião quando foram avisados estar ocorrendo um tumulto na cantina.  Com a desculpa de estarem procurando drogas, os policiais chegaram, a paisana, revistando mochilas. Eles revistaram várias mochilas, até que encontraram em uma mochila 3 gramas e em outra, 5 gramas de maconha. A quantidade não chegou a 10 gramas de maconha e os estudantes não estavam fazendo uso no local. A mídia contou outra versão. Posteriormente, houve até acusações de delegado contra  a universidade.

Este relato foi feito pelos professores, Paulo Pinheiro Machado e Sônia Maluf no JTT-Manhã Com Dignidade desta terça-feira (14). Na época, foram acusados de impropriedade administrativa. Oito anos depois, os servidores foram absolvidos pela justiça. 

O acontecimento ficou conhecido como “Levante do Bosque”, porém, os professores discordam do nome. Para eles, o ocorrido não foi um levante, foi um ataque. 

Naquele momento, segundo Sônia,  a comunidade universitária ficou surpresa diante do fato, naquela conjuntura, mas, passado os 8 anos, foi possível perceber o seu significado, relacionado com a ocorrência de outros fatos, como o golpe de 2016 e ao aumento de ataques às universidades públicas e professores/as no governo Bolsonaro. 

Por trás disto tudo, interesses econômicos e políticos. Para Sônia, busca-se: “Destruir movimentos sociais, o pensamento crítico, logo, apareceu o movimento ‘Escola sem partido. Também, a privatizações das universidades”. Ela lembra que às acusações do delegado em 2014, se assemelham muito com discursos posteriores do ex-ministro Abraham Weitraub. 

Há continuidade histórica da tentativa de repressão, principalmente, de movimentos sociais. Conforme a professora, foi impressionante como a elite de Florianópolis se uniu para atacar a universidade. 

Paulo relata que naquele ano, a Polícia Federal entrou no campus de mais 7 universidades federais no País, por situações muito semelhantes. “Eles não conseguiram provar nada, queriam criar um fato político, e este fato político foi construído pela divulgação da mídia” afirma. 

A própria notícia da absolvição dos servidores/as, apresenta primeiro a versão da polícia para no final das matérias citar a decisão oficial da justiça. “Foi construída uma expectativa para nossa condenação”. O professor avalia que, se essa sentença saísse no início do governo Bolsonaro, num outro contexto judiciário, talvez a decisão seria outra.

Sendo que, ainda permanecem impunes mais de 25 agressões de estudantes e professores que sofreram físicos pela ação policial. Neste quadro, Pedro destaca: “a falta de liberdade a cidadãos comuns, é um risco a toda sociedade brasileira”.

Para assistir à entrevista inteira, clique no vídeo abaixo:

“A pior violência é a econômica”, destaca Milton Pomar em coluna ‘Planejamento Urbano Além dos Municípios’

 

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