Um canto para Sepé. Por Claudia Weinman.

Por Claudia Weinman, para Desacato. info. 

No ano passado estivemos no Território Indígena, Aldeia Rio Grande, no Rio Grande do Sul, próximo da praia do Cassino (30km), localizada entre as cidades de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, a maior praia em extensão do mundo.

Nossa tarefa foi registrar imagens para o programa “Vida em Resistência”, do Portal Desacato, um material histórico, também antropológico e bem didático para se trabalhar nos espaços. Naquele momento também se fazia memória aos 263 anos do assassinato do índio Sepé Tiaraju, morto por uma lança portuguesa e um tiro espanhol na região de São Gabriel, em um massacre sangrento que resultou também no assassinato de mais de 1500 indígenas em 1756.

Tanto tempo se passou e até hoje a cidade de São Gabriel é vítima de latifundiários e gente que usa o grito de Sepé “Auto lá, esta terra tem dono”, como se fosse seu, mas não é. Nos relatos que ouvimos e nas perguntas que fizemos, de por qual motivo a atividade em memória de Sepé não estava acontecendo em São Gabriel, a resposta se fez rápida. A presença indígena é tida como perigo, causa alvoroço e a ação imediata é sempre de afastar os donos da terra daquela região da forma mais violenta possível.

Hoje, 7 de fevereiro, é celebrado o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas pela Lei nº 11.696, de 12 de junho. A data é uma homenagem à Sepé e a luta contra o domínio português e espanhol no período colonial.

Então, deixo um canto para Sepé, para esse dia  e momento histórico de luta, mais uma vez luta, como sempre foi para os povos do mundo.

*Sobre a data a informação é da APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.

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Claudia Weinman é jornalista, vice-presidenta da Cooperativa Comunicacional Sul. Militante do coletivo da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e Pastoral da Juventude Rural (PJR).

A opinião do autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

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