IBGE, enfim, divulga dados do Censo atrasado pela pandemia e por cortes de verba

    População brasileira cresce a uma média de 0,52% ao ano desde 2010; taxa é metade da registrada no censo anterior

    favela da rocinha
    Censo 2022 contabilizou mais de 90 milhões de moradias no país – Mauro Pimentel/AFP
    Redação, Brasil de Fato.

    Enfim chegou a hora e o país tem a resposta atualizada para a pergunta “quantos habitantes vivem no Brasil?” Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nossa população em 1º de agosto de 2022 era de 203.062.512 pessoas. Esse foi o número apurado pelo Censo 2022, que só nesta quarta-feira (28) teve os primeiros resultados divulgados, depois de atrasos no início dos trabalhos (devido à pandemia) e no fim (devido principalmente a limitações de verba).

    Na comparação com o Censo de 2010, o penúltimo realizado, a população brasileira cresceu 6,5%. Na época éramos 190,5 milhões de pessoas. A taxa de crescimento entre 2010 e 2022 ficou em 0,52% ao ano, o que representa uma queda relevante: entre os censos de 2000 e 2010, essa taxa era de 1,17%, ou seja, mais que o dobro. A taxa vem caindo gradualmente desde os anos 1960.

    Entre 1º de agosto de 2022 e 28 de fevereiro de 2023, recenseadores visitaram nada menos que 106 milhões de endereços por todo o país. Desses, mais de 90 milhões eram domicílios. Esse é um dos dados mais marcantes da divulgação: na comparação com 2010, houve um crescimento de 34% no número de domicílios no país (antes eram 67,5 milhões).

    Os dados mostram, ainda, que 18 milhões de domicílios do país não estão permanentemente ocupados. Isso inclui 6,6 milhões de casas vazias e mais de 11 milhões que têm uso ocasional (como casas de veraneio, por exemplo).

    Estados e cidades

    São Paulo segue como o estado mais populoso do país com folga: são mais de 44 milhões de habitantes. Minas Gerais (20,5 milhões), Rio de Janeiro (16 milhões) e Bahia (14,1 milhões) vêm a seguir. Três estados têm menos de um milhão de habitantes cada: Acre (830 mil), Amapá (733 mil) e Roraima (636 mil).

    Entre as cidades, a capital paulista tem a maior população, com 11,4 milhões de pessoas. Na sequência vêm Rio de Janeiro (6,2 milhões), Brasília (2,8 milhões) e Fortaleza, que passou a ser a maior cidade nordestina em população, com 2,42 milhões de habitantes. Salvador, que perdeu 9,6% de sua população entre 2010 e 2022, tem agora 2,41 milhões.

    Na outra ponta da lista, houve também uma mudança. Borá (SP) deixou de ser a menor cidade do país: o IBGE contabilizou 907 moradores. Serra da Saudade (MG) tem a menor população, segundo os dados oficiais: 833 pessoas.

    A média de moradores por residência varia de acordo com a região do país, indo de 2,52 no Rio Grande do Sul para 3,64 no Amazonas. A média nacional é de 3,31 pessoas por cada casa.

    Variações populacionais

    Assim como Salvador, algumas outras cidades tiveram mudanças importantes no total de habitantes, segundo o IBGE. São Gonçalo (RJ) teve queda de 10,3% no total de moradores entre 2010 e 2022. Natal e Belém foram duas outras capitais com quedas expressivas: 6,5% cada.

    Enquanto isso, a cidade de Senador Canedo (GO) passou de 84 mil para 155 mil habitantes, em uma alta de 84%. Boa Vista (RR) foi a capital com maior aumento populacional: eram 284 mil habitantes em 2010, já em 2022 foram 413 mil, crescimento de 45%.

    Ferramentas interativas

    Ainda nesta quarta-feira, o IBGE lançou um uma plataforma interativa e um site específico com dados e detalhes do Censo 2022. As ferramentas estão disponíveis para todas as pessoas. Ao anunciar os dados, o Instituto informou que é preciso tempo para que os demógrafos façam as avaliações e apresentem as explicações detalhadas para cada variação.

    O IBGE apresentou os números de pessoas que não foram localizadas e as que se recusaram a responder. A média nacional para a não resposta foi de 4,23%, enquanto as recusas totalizaram 1,38% do total. As maiores médias, por larga margem, foram de São Paulo: 8,11% de não resposta, 2,3% de recusa. Durante a coleta, vários recenseadores denunciaram ter sofrido hostilidade.

    Edição: Rodrigo Durão Coelho

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here

    Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.