Gustavo Petro e Francia Marques vencem o primeiro turno das eleições na Colômbia

Comemoração no final do primeiro turno das eleições presidenciais na Colômbia no hotel Tequendama. Foto: Tomás Mantilla y Julián Parra.

Redação

No dia de ontem (29) mais de 39 milhões de colombianos foram às urnas votar nas eleições presidenciais. O voto não é obrigatório no país e, historicamente, a Colômbia chegou a atingir uma abstenção de 50%. O grande número de votantes neste domingo revela a importância e polarização dessas eleições. Pela primeira vez uma chapa à presidência da república que representa os interesses populares tem grandes chances de vencer.

A coalização de esquerda Pacto Histórico, com Gustavo Petro de candidato à presidência e Francia Marques de vice, conquistou 40.32% dos votos, em segundo lugar ficou o candidato Rodolfo Hernández com 28.15% dos votos. Em seu discurso ao final da apuração dos votos, Petro se referiu várias vezes a Rodolfo Hernández: “A corrupção não se combate com frases do Tik Tok. Meu adversário é acusado de corrupção. É isso que nós queremos?”

Rodolfo Hernández, da Liga de Governantes Anticorrupção, conhecido como “Trump colombiano”, conta com o apoio da maior parte das legendas de direita tradicionais da Colômbia. Ex-prefeito da cidade de Medellin, é associado ao uribismo, corrente fundada pelo ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, o representante da elite agropecuária colombiana que governou o país de 2002 a 2010. Durante seu governo grupos armados foram anistiados de acusações de crimes contra civis com a aprovação da lei de “justiça e paz”, em 2005. Uribe é acusado de apoiar e financiar a criação do grupo paramilitar Bloque Metro, um braço das Autodefesas Unidas de Colombia (AUC) e foi um dos protagonistas da campanha contra os Acordos de Paz de 2016.

No entanto, a população colombiana demonstrou estar cansada do cotidiano de violência e pobreza, o uribismo, inclusive, foi o principal derrotado nas eleições legislativas do país, em março. As mesmas que garantiram à coalização de esquerda Pacto Histórico a força mais votada.

Gustavo Petro, candidato à presidência, é economista, foi prefeito de Bogotá e é atualmente senador. Petro foi membro do M-19, grupo guerrilheiro desmobilizado em 1990. Foi um dos grandes articuladores da construção do acordo de paz do Estado com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). A candidata à vice-presidente, Francia Márquez, afro-colombiana, começou a ganhar destaque na cena política do país ao denunciar a mineração ilegal do Ouro, que afeta o ecossistema do rio Ovejas e mais de 250 mil pessoas de sua comunidade. É militante dos movimentos sociais e da causa ambiental.

No dia 19 de junho será realizado o segundo turno das eleições na Colômbia.

Fiquemos com as palavras de Francia Marques: “Sempre nos disseram que a política não é para pessoas como eu e que devemos esperar pela nossa hora. Eu lhes digo, nossa hora é agora!”

 

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