Falta de oxigênio continua fazendo vítimas no Amazonas e mata seis no Pará

Em Manaus, famílias buscam oxigênio para parentes internados com covid-19. Foto: Michel Dantas/ AFP

Por Nara Lacerda.

A falta de cilindros de oxigênio, que levou o sistema de saúde de Manaus (AM) ao colapso nos últimos dias, já causa consequências no interior do Amazonas e chega à divisa do estado com o Pará.

Um dia antes dos relatos sobre a ampliação do problema virem a público, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia afirmado que a o problema no Amazonas estava “equalizado”.

A Prefeitura Municipal de Coari informou que sete pacientes internados no Hospital Regional morreram na madrugada desta terça-feira (19) por falta de oxigênio. A cidade fica a 450km de Manaus. Em nota divulgada nas redes sociais, a gestão municipal disse que 40 cilindros deveriam ter sido recebidos, mas não chegaram ao local devido a problemas no transporte.

Não há menção sobre o motivo da internação das vítimas. No texto, a prefeitura chama de “irresponsável” a atuação da Secretaria de Saúde do estado para suprir as cidades do interior. “Desde a semana passada, em torno de 200 cilindros do Hospital Regional de Coari estão retidos pelo Patrimônio da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas.”, diz a nota.

Ainda segundo a publicação, parte do equipamento aguarda abastecimento e outra parte foi distribuída para Unidades Básicas de Saúde de Manaus. O Brasil de Fato tentou entrar em contato com a Secretaria de Saúde do Amazonas para perguntar se a demanda por oxigênio foi controlada, mas não houve resposta até o fechamento desta reportagem.

Na mesma entrevista em que afirmou que o problema no Amazonas estava equilibrado, o ministro da Saúde disse que o agravamento da pandemia poderia se replicar em outras regiões.  “Isso sim pode se replicar para outras cidades. Vamos combater isso com vacina. É por isso que estamos tão ávidos por receber as vacinas, distribuí-las e imunizar a população.”

Nesta terça-feira, um município do Pará que fica na divisa com o Amazonas, também relatou mortes por falta de oxigênio. Segundo a prefeitura da cidade de Faro, desde segunda-feira (18), foram registrados pelo menos seis óbitos de pacientes que pararam de respirar e não tiveram a ajuda do equipamento.

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