Estado fecha alas inteiras em três hospitais públicos da Grande Florianópolis

A partir da última semana, as direções dos hospitais Governador Celso Ramos, Nereu Ramos e Regional de São José anunciaram o fechamento de 46 leitos mais um centro cirúrgico. Os gestores afirmam que a decisão é temporária e é referente ao recesso coletivo do serviço público, entretanto todos são serviços de urgência, emergência e alta complexidade, que não estão previstos no Decreto 968/2016 do Governo do estado, que define a data e os setores que farão recesso coletivo de fim de ano. “Na realidade essa é uma desculpa para a falta de três mil servidores na saúde, que já estamos anunciando há um ano”, afirma a presidente do SindSaúde/SC Edileuza Garcia Fortuna.

Saiba o que irá fechar em cada unidade

Hospital Governador Celso Ramos

Na segunda feira (12/12), a direção do HGCR anunciou o fechamento do centro cirúrgico da emergência. Uma ala responsável por atender casos graves que chegam ao pronto atendimento e precisam de cirurgia imediata. Além disso, esse setor realiza cerca de 30% de todos os procedimentos cirúrgicos da unidade.

Hospital Nereu Ramos

É o único hospital em Santa Catarina com atendimento de infectologia. Trabalhadores do HNR denunciaram na tarde desta terça feira (13/12) o fechamento completo da ala de doenças infecto-parasitárias (DIP1), que atende pacientes com sífilis, hepatite, hanseníase, entre outras enfermidades.

São 11 leitos fechados, segundo a direção, a medida é temporária, mas os próprios servidores da unidade já foram orientados a não aceitar novas internações de pacientes com essas doenças. Os usuários serão realocados em outras alas, correndo riscos, já que terão contato com pacientes com tuberculose, que deveriam estar em isolamento.

Hospital Regional de São José

No HRSJ, a direção anunciou para os servidores e também para a Secretaria Estadual de Saúde, na quinta-feira (8/12), o fechamento de dois setores no 4º andar da unidade. Serão 25 leitos de ginecologia cirúrgica, voltados a pacientes com câncer de mama, que sofreram aborto ou com gestação de risco. O Hospital Regional é o único na região que possui um ambulatório de ginecologia e agora fecha esse serviço, que é o mesmo fechado há cerca de quatro meses na Maternidade Carmela Dutra. Para usuárias com gestação de risco agora restam apenas alguns leitos disponíveis no Hospital Universitário.

Na mesma data, a direção da unidade, avisa que mais 10 leitos do atendimento oftalmológico serão fechados. O HRSJ é referência em Santa Catarina em transplantes oftalmológicos e agora tem esse serviço colocado em risco pelo fechamento de leitos.

Os servidores resistem ao fechamento das duas alas no HRSJ, mas não sabem até quando poderão impedir que a medida seja tomada. “Para nós está clara a manobra dos gestores dos hospitais junto à SES. Estão aproveitando o recesso de fim de ano, que não afeta a maior parte dos servidores da saúde, para poder fechar unidades, que na realidade, sofrem de falta de servidores”, comenta a presidente do SindSaúde/SC.

Em 2016, foi encerrado um concurso público para servidores da saúde, no qual a SES contratou servidores apenas para área administrativa, não direcionando novos trabalhadores para repor o déficit de servidores, levantado pelo Sindicato e reconhecido pela própria Secretaria.

Fonte: Sindasaúde.

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