Contrariando expectativa do Brasil, UE defende não ajustar acordo com Mercosul: ‘Resultado incerto’

Valdis Dombrovskis: Saul Loeb/AP Photo

Na visão da Comissão Europeia, reabrir o pacto pode “perturbar equilíbrio econômico”. Entretanto, a autoridade afirmou disse que pode ser possível chegar a um acordo final sobre o assunto quando a UE sediar a cúpula com líderes da América Latina e do Caribe em julho.

Nesta quarta-feira (7), a Comissão Europeia disse que seria imprudente renegociar partes do acordo de livre comércio com o Mercosul, uma vez que levou duas décadas para se chegar a um acordo inicial. O vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, afirmou que houve comentários sugerindo ajustes de ambos os lados, segundo a Reuters.

“O conselho geral da comissão é não reabrir o acordo. Ele foi negociado por muito tempo. Isso atinge um equilíbrio econômico cuidadosamente elaborado, portanto, se reabrirmos agora, perturbar esse equilíbrio econômico, isso pode levar novamente a longas negociações com resultados incertos”, afirmou Dombrovskis.

A declaração da autoridade europeia aconteceu durante entrevista coletiva hoje (6) para revelar a renovação planejada pelo bloco europeu de seus laços com a América Latina e o Caribe.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na semana passada que o Brasil não assinaria o pacto comercial sem ajustes, apontando especificamente para a oposição de seu governo a permitir que empresas europeias vendam para o setor público brasileiro, relata a mídia.

O acordo foi fechado em 2019, mas ainda não foi ratificado. A suspensão nas tratativas ocorreu pelas preocupações do bloco europeu com o desmatamento da Amazônia. Entretanto, também é ventilado que alguns países europeus “seguram” o acordo com a “desculpa ambiental” por protecionismo ao setor agrícola europeu.

A Comissão Europeia já havia proposto anexar um documento ao acordo para mostrar os compromissos sobre desmatamento e outras áreas de sustentabilidade e aguarda a resposta do Mercosul.
Dombrovskis disse que pode ser possível chegar a um acordo final sobre isso em meados de julho, quando a UE sediará uma cúpula com líderes da América Latina e do Caribe.
“Precisamos fazer progressos significativos na cúpula, que então estabelece um caminho claro para a finalização”, acrescentou o chefe do comércio da Comissão Europeia.

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