Comunidade do Santinho, em Florianópolis, mobilizada em defesa do meio-ambiente

Redação

A comunidade do bairro do Santinho, na Ilha de Santa Catarina, Florianópolis, convoca:

Mutirão cultural em defesa do meio ambiente na praia do Santinho

As placas ainda indicam “A praia mais limpa do Brasil”. Mas é cada vez maior o número de moradores do Santinho que estão preocupados com a acelerada degradação de condições ambientais no bairro e na praia.

“Se nada for feito, em pouco tempo essas placas que são motivo de orgulho vão perder o sentido”, diz a professora de teatro e moradora da praia, Irene Sena da Costa uma das organizadoras da performance cultural-artística que junto a outros grupos como o Movimento “Eu Sou jacaré Poiô”, ISAS (instituto Sócio Ambiental Santinho) e grupos ligados ao artivismo cultural em defesa do meio ambiente estão preparando para o próximo domingo, dia 16 de maio.

Observando o uso de máscaras e o distanciamento, o manifesto começa às 15 horas da tarde com um texto em coro, prosseguindo com movimentos em conjunto, música e ritmo percussivo, trazendo a tona a união e o cuidado com o espaço coletivo e comunitário, que podem estar ameaçados pelo crescimento e a falta de infra estrutura para suportar o excesso de contingente.

Maiores informações: 48 985033253

Abaixo o informe do Instituto Socioambiental que explica a situação do local:
Na página do ISAS – Instituto Sociambiental da Praia do Santinho

Quer saber um pouco mais sobre o que se pretende fazer no terrenão (ou campão como muitos chamam a área) ?

Considerando que algumas informações equivocadas sobre o que se pretende fazer no terrenão vem circulando por aí, o ISAS resolveu fazer um resumo do que sabemos sobre o condomínio que vem sendo alvo de intensa polêmica no bairro.
1. Já se passou mais de uma década que empresas tentam viabilizar as licenças para a construção do chamado Costão dos Atobás, um condomínio de apartamentos com 11 blocos de 4 andares que podem abrigar até de 1356 habitantes (em 2010 a Praia do Santinho tinha 3723 habitantes), prevendo cerca de 800 vagas de estacionamento (motos e carros);
2. Uma Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público Federal impediu por muitos anos a construção dos edifícios;
3. Parte da área do terreno é sobre Áreas de Preservação Permanente e se sobrepõe ao Parque Natural Municipal Lagoa do Jacaré das Dunas do Santinho (PNMLJDS). Não estão previstas construções nestas áreas;
4. Em fevereiro de 2019, a comunidade do Santinho foi pega de surpresa pelo anúncio com 1 semana de antecedência da realização de uma Audiência Pública para a apresentação de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) do empreendimento, um documento técnico e que deveria ter sido anunciado com maior antecedência para que a população pudesse se inteirar do assunto. Na ocasião, a Audiência foi cancelada devido às manifestações de descontentamento da comunidade com mais um empreendimento no bairro já saturado populacionalmente. Porém, o IPUF acabou por considerar a audiência como realizada mesmo com o projeto não havendo sido apresentado. O EIV – elaborado em dezembro de 2018, foco da Audiência não finalizada – não menciona a existência do PNMLJDS – criado em janeiro de 2016 – e a Lagoa do Jacaré, além de minimizar a ocorrência de muitas áreas alagadas no entorno do empreendimento e o impacto sobre a paisagem;
5. A área em questão é utilizada tradicionalmente por pescadores para fazer suas redes e pela comunidade como área cultural e de lazer;
6. A Licença Ambiental de Instalação (N° 3734/2020 ) do empreendimento foi emitida pelo Instituto do Meio Ambiente – IMA em 2020 (documento disponível em https://consultas.ima.sc.gov.br/).
O Santinho vem sofrendo, especialmente na última década, com uma ocupação desenfreada e muitos sinais estão cada vez mais evidentes que o bairro não comporta mais construções. Praia e Lagoa do Jacaré poluídos, buoeiros que fedem a esgoto jogado na rede pluvial, falta de água e congestionamentos na temporada, violência, entre outros..
O ISAS defende o desenvolvimento do bairro com base no respeito ao meio ambiente, à comunidade e à cultura ancestral dos pescadores artesanais. O Santinho não comporta mais construções.

 

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