Comissão Europeia propõe aos países-membros reduzir o consumo de gás em até 15%

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. Foto: Lukasz Kobus/Comissão Europeia

Embora seja uma decisão voluntária, a medida “Economize gás para um inverno seguro” pode se tornar obrigatória no caso de agravamento da situação energética do bloco.

A presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou nesta quarta-feira (20) um plano de poupança de gás intitulado “Economize gás para um inverno seguro” que prevê uma redução voluntária do consumo em até 15% pelos países-membros.

O plano, descrito como um “instrumento de emergência”, estipula que, a partir de agosto, todos os Estados europeus devem tentar reduzir em 15% o consumo de gás até abril de 2023.

Embora seja uma decisão voluntária, a medida pode se tornar obrigatória no caso do agravamento da situação energética da União Europeia (UE). A medida está sendo tomada em um momento em que “há um risco substancial de uma interrupção abrupta de gás ou [quando] ocorre uma demanda excepcionalmente alta que leva a uma deterioração significativa no fornecimento de gás”.
“A Rússia está nos chantageando. A Rússia usa a energia como arma. E assim, no caso de um corte parcial significativo do gás russo ou um corte total, a Europa deve estar preparada”, destacou a presidenta do órgão executivo.
“Devemos abordar nossa segurança energética no nível da União Europeia”, escreveu von der Leyen em sua conta no Twitter. “Então, vamos agir juntos para reduzir o uso de gás e fornecer uma rede de segurança para todos os países da UE”, acrescentou.
Os países da UE vão abordar a medida em uma reunião extraordinária de ministros da Energia no próximo dia 26 de julho.

‘Que culpa tem a Gazprom?’

Em 11 de julho, a empresa Nord Stream AG suspendeu temporariamente o fornecimento de gás da Rússia para a Europa através do gasoduto Nord Stream 1 (Corrente do Norte 1), devido a operações de manutenção preventiva anual programadas.
Em resposta às acusações na sequência da redução do abastecimento de energia russo, o presidente Vladimir Putin sublinhou na terça-feira (19) que a empresa estatal de energia Gazprom sempre cumpriu as suas obrigações e pretende continuar a fazê-lo. Segundo o presidente, os países europeus subestimaram “a importância das fontes tradicionais de energia e optaram por fontes não tradicionais”.
A isso, somaram-se também as sanções antirrussas, quando o Canadá se recusou a devolver uma turbina que estava em reparo à Gazprom. Se a turbina – importante para o bombeamento de gás – não for entregue, a Rússia não vai conseguir atender ao bombeamento de mais de 30 milhões de metros cúbicos por dia. “Que culpa tem a Gazprom?”, perguntou o presidente.

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