Caroline, Nikolas e a força da extrema direita. Por Altamiro Borges.

Por Altamiro Borges.

Enquanto a mídia hegemônica critica a “polarização” e clama pela “pacificação política”, a extrema direita segue esticando a corda e atiçando a guerra. Nesta quarta-feira (6), ela mostrou mais uma vez que não está para brincadeira e bancou notórios fascistas para importantes postos no parlamento. A deputada Caroline de Toni (PL-SC), famosa golpista, foi eleita para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara Federal. Já o fedelho provocador Nikolas Ferreira (PL-MG) presidirá a Comissão de Educação.

Como o PL, partido de aluguel de Jair Bolsonaro, elegeu a maior bancada em 2022 – 99 deputados federais –, ele teve a prioridade para escolher as presidências das comissões. Mas a sigla abusou dessa tradição legislativa ao indicar seus deputados mais raivosos. Houve até pressão de outras bancadas por nomes mais civilizados, palatáveis, mas a legenda hoje dominada por extremistas de direita não cedeu. Caroline de Toni teve 49 votos favoráveis e nove brancos. Já Nikolas Ferreira obteve 22 votos de um total de 37 – 15 votaram em branco.

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Bolsonaristas hidrófobos e desqualificados

Como registra a Folha, a eleição destes dois hidrófobos representa “um revés para o governo Lula… A CCJ é a principal comissão da Câmara, uma vez que todos os projetos tramitam por ali. Em seu segundo mandato, Caroline é da ala mais bolsonarista do PL e ao longo de 2023 fez várias intervenções contra o governo petista… Já Nikolas é um dos nomes mais ativos da oposição ao governo Lula na Casa. Ele foi o deputado federal mais votado em todo o país nas eleições de 2022, com 1,49 milhão de votos”.

Além da CCJ e da Comissão da Educação, o PL também presidirá os colegiados da Segurança Pública, com o armamentista Alberto Fraga (DF); do Esporte, com Antonio Carlos Rodrigues (SP), e da Infância, Adolescência e Família, com o fundamentalista Pastor Eurico (PE). Ainda de acordo com o jornal, a escolha de Nikolas Ferreira foi a que gerou maior rejeição. “Líderes da base governista avaliaram ser uma afronta ao Executivo o nome do parlamentar para presidir uma comissão considerada estratégica. Eles se reuniram com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para pedir o adiamento da instalação dos colegiados. O pedido, no entanto, foi negado”.

Na sessão da Comissão de Educação, vários parlamentares criticaram a “vergonhosa” indicação do PL. Tabata Amaral (PSB-SP), por exemplo, detonou Nikolas Ferreira. “A gente vai ter uma pessoa que tem postura de moleque, já destratou inúmeras deputadas deste plenário, que não tem postura, não sabe dialogar, não tem tamanho para ser deputado federal, quem dirá para ser presidente dessa comissão”. Já Sâmia Bomfim (Psol-SP) ressaltou que o bolsonarista foi condenado por transfobia contra a deputada Duda Salabert (PDT-MG) e é réu no Tribunal de Justiça de Minas Gerais por filmar uma aluna trans de 14 anos em um banheiro escolar.

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