Bolsonaro ataca o MST e movimento responde: “Deveria estar preocupado com a pandemia”

Presidente publicou em suas redes sociais, um vídeo acusando o movimento de ser violento contra assentados

MST espera “que as investigações encontrem os responsáveis” – Foto: A Voz do Movimento

Por Igor Carvalho.

Após Jair Bolsonaro (sem partido) publicar um vídeo em suas redes sociais acusando o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) de violência contra assentados no sul da Bahia, na última quarta-feira (14), o movimento respondeu.

“O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no estado da Bahia vem a público enfatizar que não tem nenhum envolvimento no caso e espera que as investigações encontrem os responsáveis”, respondeu o MST, que pediu ao presidente que foque nos problemas do país para conter o avanço do coronavírus.

“Nesse sentido, destacamos que o atual governo deveria estar preocupado com o avanço da pandemia de coronavírus – que tirou a vida de 360 mil pessoas, infectou 14 milhões de brasileiros, tirou o emprego e jogou milhares de famílias na pobreza e levou à falência de centenas de micro, pequenas e médias empresas – em vez de atacar sem provas o MST na semana em que o Massacre de Eldorado do Carajás completa 25 anos.”

No vídeo divulgado por Bolsonaro, uma mulher afirma ter sido agredida por membros do MST no acampamento Fábio Henrique, no município de Prado, no sul da Bahia. Foi nesta cidade que, em setembro de 2020, o governo federal enviou a Força Nacional para acompanhar servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) dentro das áreas do movimento.

Dias depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) pediu a retirada da tropa do município, já que não havia o aval do governo da Bahia para a operação. O movimento considerava o envio dos agentes uma medida desproporcional e política do governo.

Lucinéia Durães, da direção do MST na Bahia, também comentou a acusação do presidente. “Nós, do acampamento Fábio Henrique, queremos repudiar as mentiras que o governo Bolsonaro tem usado para nos atacar.”

Ainda de acordo com a dirigente, o governo precisa cuidar da pobreza que avança no país.

“A luta pela Reforma Agrária seguirá firme, porque nós temos 19 milhões de pessoas que sabem o gosto amargo da fome. Nós não somos responsáveis pela violência que incita o ódio e a mentira. O responsável é o governo federal que não coloca verba para a Reforma Agrária.”

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