Por Talita Rosa, jornalista.*
As vereadoras catarinenses vítimas de ameaças de morte pediram apoio à Superintendência da Polícia Federal, nesta quarta (08/02). Em audiência articulada pela deputada estadual Luciane Carminatti (PT) e o Movimento Humaniza, elas foram recebidas pela Superintendente, delegada Aletea Vega Marona Kunde.
“Foi uma reunião muito positiva, mostrou que a Polícia Federal já está bem ciente da situação, de todas as ameaças que as nossas vereadoras estão enfrentando. Após ouvir os relatos das vítimas, a superintendente nos assegurou que, dentro das atribuições da PF, o caso seguirá sendo acompanhado e medidas, tomadas, se necessárias”.
Pivô do episódio de violência política e de gênero que desencadeou a onda de ameaças, Maria Tereza Capra (PT) destacou que a busca de apoio na esfera federal é amparada pela inclusão das vereadoras no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH) do Ministério dos Direitos Humanos. “Isso nos coloca na condição de contarmos com a PF dentro do estado”, explicou a vereadora cassada de São Miguel do Oeste.
A vereadora de Florianópolis, Carla Ayres (PT), justificou a necessidade do pedido de apoio à Polícia Federal. “Essas ameaças não são um fato isolado, embora neste caso pareça orquestrado, ao longo dos nossos mandatos recebemos esse tipo de ataque de forma recorrente. Então, sim, é necessário.”
Ao sair da audiência, a vereadora de Criciúma, Giovanna Mondardo (PCdoB), disse sair
mais tranquila. “Saber que a Polícia Federal, dentro das suas atribuições, está acompanhando o caso, também contribui para que não nos sintamos sozinhas nesse episódio que é crítico para Santa Catarina. Cinco vereadoras ameaçadas de morte e a crescente de células neonazistas no estado nos obriga a ficar alertas, mas saímos mais esperançosas”, concluiu.
Sobre o caso
E-mails similares com ameaças de morte foram enviados nas últimas semanas às vereadoras, em meio à cassação do mandato de Maria Tereza Capra pela Câmara Municipal de São Miguel do Oeste. O processo é decorrente das manifestações da parlamentar contra supostos gestos nazistas praticados em eventos antidemocráticos no município.
Além das ameaças de morte, as vereadoras foram alvo de ataques racistas e homofóbicos,
todos denunciados à Policia Civil, que investiga o caso.
As vítimas são: Maria Tereza Capra, de São Miguel do Oeste; Carla Ayres, de Florianópolis; Marlina Oliveira, de Brusque; Ana Lúcia Martins, de Joinville – todas do PT, e Giovana Mondardo, de Criciúma, do PCdoB.
*Assessoria de imprensa/Deputada Luciane Carminatti