5 projetos de Cunha que são um retrocesso para os direitos humanos

Por .

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autor da declaração ‘aborto, só por cima do meu cadáver’, voltou a ampliar seu campo de polêmicas. Além do envolvimento na Operação Lava Jato, com as contas na Suíça, Cunha protagoniza mais um episódio com pautas conservadoras na Câmara: o projeto de sua autoria, que inviabiliza o atendimento as vítimas de estupro.

PL 5069/2013: Tipifica como crime contra a vida o anúncio de meio abortivo e prevê penas específicas para quem induz a gestante à prática de aborto

Nas mãos do deputado Evandro Gussi (PV-SP), o relatório da proposta passou a incluir outros dispositivos considerados um retrocesso na política de prevenção à gravidez. Entre outros, o texto dificulta o acesso o acesso à pílula do dia seguinte e exige exame de corpo de delito para comprovar que a vítima realmente foi alvo de agressão sexual.

O Brasil Post selecionou outros quatro projetos de Cunha que representam umgolpe na luta pelos direitos humanos no País.

PL 1545/2011: Tipifica o crime de aborto praticado por médico

A intenção do projeto é impedir o exercício da profissão ao médico que praticar o aborto fora das hipóteses autorizadas pela legislação e penalizá-lo também com restrição de liberdade. O argumento de Cunha é que o profissional tem como compromisso preservar a vida.

Para Cunha, as penas para o aborto previstas no Co?digo Penal sa?o extremamente brandas. “O aborto provocado por terceiro e? punido com reclusa?o: de 3 a 10 anos se na?o contar com o consentimento da gestante, e de 2 a 4 anos se a gestante consentir (o que ocorre na maioria dos casos). E pior, induzir, instigar e auxiliar a mulher gra?vida a? pra?tica do aborto na?o e? considerado crime”, diz trecho da proposta.

PL 7443/2006: Inclui o aborto no rol de crime hediondo

Ao propor a inclusão do aborto no rol de crimes hediondos, Cunha assume que a mulher que praticar o aborto estará cometendo um crime inafiançável e insusceti?vel de graça ou anistia. Entre os crimes que atualmente são considerados hediondos estão tortura, tra?fico ili?cito de entorpecentes e drogas afins, além de terrorismo.

“O aborto e? a morte de uma crianc?a no ventre de sua ma?e produzida durante qualquer momento da etapa que vai desde a fecundac?a?o (unia?o do o?vulo com o espermatozo?ide) ate? o momento pre?vio ao nascimento.”

Ele destaca ainda que a Constituição considera a vida um dos direitos fundamentais. “Sendo assim, fica evidente a preocupac?a?o do ordenamento juri?dico em proteger os direitos de uma crianc?a ainda no ventre da ma?e, que para os efeitos civis ainda na?o e? pessoa, mas podera? vir a ser, se tornando assim herdeira legi?tima de algue?m e vindo como cidada?, a constituir determinadas prerrogativas.”

PL 1672/2011: Institui o Dia do Orgulho Heterossexual

Na justificativa, Cunha alega que “proposta visa resguardar direitos e garantias aos heterossexuais de se manifestarem e terem a prerrogativa de se orgulharem do mesmo e na?o serem discriminados por isso”.

Segundo ele, ao se discutir o “preconceito contra homossexuais, acabam criando outro tipo de discriminac?a?o contra os heterossexuais e ale?m disso o estimulo da ‘ideologia gay’ supera todo e qualquer combate ao preconceito”.

A data seria comemorada no terceiro domingo de dezembro.

PL 7382/2010: Penaliza a discriminação contra heterossexuais e determina que as medidas e políticas públicas antidiscriminatórias atentem para essa possibilidade

Em reação as propostas em análise no Congresso Nacional que tornam a homofobia, Cunha apresentou um texto que também tipifica a ‘heterofobia’.

De acordo com a proposta, “a preocupac?a?o com grupos considerados minorita?rios tem escondido o fato de que a condic?a?o heterossexual tambe?m pode ser objeto de discriminac?a?o, a ponto de que se venha tornando comum a noc?a?o de heterofobia”.

Segundo ele, o “ocultamento dessa possibilidade em nada beneficia o rigor na abordagem da discriminac?a?o em nossa sociedade”.

Fonte: Brasil Post

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.