Por Railton Da Silva e João Victor Cavalcante, de Grito Na Luta.
Professores e estudantes da Universidade Federal de Alagoas denunciam a ação de repressão e intimidação de pessoas que usando fardas e se apresentando como militares do Exército Brasileiro no Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes. As denúncias dão conta ainda que o grupo fazia defesa a Jair Bolsonaro, com direito a continência ao lado de uma figura de Marx e Engels.
A ação ocorreu na tarde da última terça-feira, 04, e – de acordo com estudantes – os envolvidos estavam fardados e armados. As informações dão conta ainda que eles rasgaram cartazes, xingaram quem estavam no pátio, falavam palavras de ordem contra os comunistas e esquerdistas, além de defender Bolsonaro e ameaçar soltar uma bomba no instituto para “limpar da esquerda”.
Um dos envolvidos estaria armado e se apresentava como sargento da ativa do Exército Brasileiro. Tentamos contato com o Exército em Alagoas, mas sem sucesso.
Alexandre Lemos, do Centro Acadêmico de História da UFAL, relata como foi o ocorrido:
Os envolvidos arrancaram cartazes que versavam para assuntos relacionados ao comunismo, socialismo e feminismo. Eles também pousaram para uma fotografia ao lado de uma imagem de Marx e Engels; um dos envolvidos que postou a foto diz “Enéas humilharia Marx se tivesse conhecido ele”. Os comentários sustentam a defesa a figura de Jair Bolsonaro.
Um dos envolvidos posta na sua página do:
Não somos doces, somos amargos !!!! ? Repressão constante e massiva. A coragem é o atributo dos fortes de espírito, dos que não se curvam e não se apequenam, nós nacionalistas, temos absurdamente esse substantivo feminino, aos grupelhos de “direita” leite com pera do estado e da cidade, que deixam esse antro de degenerados, que com raríssimas exceções salvam-se alguns, se procriarem dentro da instituição, aprendam o significado de coragem.1° observação – Aos alunos que querem homenagear Bolsonaro prestando continência em fotos, façam corretamente pelo amor de Jesus Cristo !! Cotovelo na altura do ombro com antebraço, punho e mão ereta ao lado da testa, como segue o exemplo do militar ao lado.2° observação – Aos esquerdinhas, levei apenas um militar, se chorarem muito, na próxima levarei à tropa toda para limpar esse pandemônio.@souufal#nacionalismo #conservadorismo #dreneas #meunomeéenéas #camisadogeniorepressor #chesterton#nacionalismofervente #socialismonão #comunismonão #opressãoécoisadeliberalflorzinha #conoscoérepressão.
Nos comentários, um dos envolvidos identifica quem estava durante o ocorrido e falam sobre os alunos filmando a ação:
Os estudantes organizam um ato na UFAL nesta quinta-feira (06) contra o ocorrido. Um dos professores da instituição e da gestão da UFAL, destacou em um comentário em uma postagem de uma professora que a reitoria já estava tomando as medidas cabíveis, inclusive junto ao Ministério Público Federal e Polícia Federal.
A reitoria da Ufal e a coordenação do instituto lançaram no início da noite desta quarta-feira, 05, uma nota de repúdio, confira:
NOTA DE REPÚDIO À AGRESSÃO SOFRIDA POR ESTUDANTES E PROFESSORES DO ICHCA
A reitora da Universidade Federal de Alagoas, professora Maria Valéria Correia, e o vice-diretor do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA), professor Alberto Vivar Flores, repudiam veementemente os acontecimentos envolvendo a comunidade acadêmica do Instituto, que relatou atos de violência, intimidação, perseguição e extremismo na localidade, conforme pode ser visualizado em postagens e vídeos que circulam nas redes sociais.
Segundo informação dos estudantes e professores, integrantes do movimento intitulado “Nacionalistas” chegaram ao local acompanhados de uma pessoa vestida com a indumentária alusiva ao Exército Brasileiro, portando arma, arrancando e rasgando cartazes. Uma professora, inclusive, relatou que sofreu agressão verbal e que houve ameaça de lançamento de um explosivo no Instituto.
No perfil do Facebook de um defensor do movimento, consta o seguinte: “Não somos doces, somos amargos!!!! Repressão constante e massiva. Aos esquerdinhas, levei apenas um militar, se chorarem muito, na próxima levarei à (sic) tropa toda para limpar esse pandemônio”.
Diante desses acontecimentos, a gestão da Universidade reitera o princípio da pluralidade e o espírito democrático, não admitindo qualquer forma de repressão, perseguição ou coação. Por isso, o caso já foi encaminhado à Procuradoria Federal para que seja realizada uma apuração interna e tomada das providências legais cabíveis.
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