O duvidoso, corrupto e violento processo eleitoral no México

Foto: Leo Percepied.
Foto: Leo Percepied.

Por Ana Rosa Moreno Aguilar, Puebla, México, para Desacato.info.

(Português/Español).

No domingo 5 de junho, no México houve eleições em 14 estados para escolher governador. O  processo eleitoral acontece como sempre: a tradicional compra e venda de votos, votos marcados, os mortos também votam,  roubo de votos, apurações nada exatas e muitas manobras para o que partido mais “ousado” (não a melhor opção) ganhe.

É que a democracia no México é como o mito dos unicórnios; não existe ou é como a estrela polar, difícil de alcançar. E isto é preocupante porque realmente um processo eleitoral não pode significar nenhuma mudança se sempre tem armadilhas.

Puebla foi um dos 14 estados em que se votou para o mini governo, ou seja, que o ganhador só governará por um ano y 8 meses. A ideia deste período tão curto é para que o atual governador possa lançar a sua candidatura à presidência e o substituto termine o período de administração. Aqui ganhou o candidato que o governador escolheu, porque a intenção é a de garantir o voto da população de Puebla para as eleições presidenciais de 2018.  Embora tivesse campanhas de outros candidatos, encheram as ruas de propaganda (que no final será lixo) nos convidando para votar. O voto do estado só serviu para legitimar a existência de democracia e votações honestas, mas todos sabemos que não foi assim.

Os estados onde houve eleições estaduais são Aguascalientes, Chihuahua, Durango, Hidalgo, Oaxaca, Puebla, Quintana Roo, Sinaloa, Tamaulipas, Tlaxcala, Veracruz e Zacatecas. Algo importante para destacar é que mesmo que o México se considere um sistema multipartidário, às vezes parece que é bipartidário, mas na prática é unipartidário, porque não importam a cor nem a  ideologia, mas o dinheiro e o poder que se consigam obter. Nisto todos os políticos concordam e as alianças dos partidos se fazem por esse motivo.

As alianças foras as seguintes: o Partido Revolucionário Institucional (PRI) como é tradição se aliou com o Partido Verde Ecologista  (PVEM) e o Partido Nova Aliança  (PANAL) e do lado contrário  o Partido de Ação Nacional (PAN) se aliou com o  Partido da Revolução Democrática (PRD), o Partido do Trabalho (PT) e por último o Movimento de Regeneração Nacional (Morena) foi sozinho.

De acordo com o Programa de Resultados Eleitorais Preliminares (PREP), os resultados foram os seguintes:

Aguascalientes. Apuração de 100 % dos votos, Martín Orozco, candidato do PAN obteve a maioria com 43.53%. Lorena Martínez, do PRI-PVEM-Nova Aliança e o PT receberam só 41.34%.

Chihuahua. Foram apurados 91.02% dos votos. Javier Corral, do PAN ganhou com 39.51%.

Durango. De 99.71% dos votos apurados, José Rosas Aispuro do PAN-PRD ganhou com 46%, de Esteban Villegas do PRI-PVEM-Panal-PD.

Hidalgo. De 99.12% de votos apurados, Omar Fayad do PRI-PVEM-Panal ganhou com 43.58% deixando para atrás o seu adversário do PAN, Francisco Xavier Berganza com 27.61%.

Oaxaca. De 99.94% dos votos: Alejandro Murat do PRI-PVEM-Panal obteve 32.03%, José Antonio Estefan Garfias PRD-PAN obteve 24.96% e Salomón Jara Cruz de Morena obteve 22.81%.

Puebla. Foram apurados 100% dos votos e o candidato José Antonio Gali Fayad  do PAN-PT-Panal-PSI-CCP (Desconheço os dois últimos partidos)  ganhou com 45.35% dos votos.

Quintana Roo. Com o 100%  de as  actas contabilizadas o candidato Carlos Joaquín González del PAN-PRD tem uma vantagem de 45.67%. Mauricio Góngora de PRI-PVEM-Panal tem só 35.69%.

Sinaloa. Com 97.78% dos votos apurados, o candidato de PRI-PVEM-Panal, Quirino Ordaz Coppel, tem 41.22 % dos votos. Héctor Melesio Cuén do Movimento Cidadão, 26.38%  e Martín Heredia Lizárraga do PAN só teve 17.76%.

Tamaulipas. Com 95.09% dos votos, Francisco García Cabeza de Vaca do PAN, tem 50.15%. Baltazar Hinojosa de PRI-PVEM-Panal, 36.035 %.

Tlaxcala. De 73.78% dos votos apurados, Marco Antonio Mena da aliança PRI-PVEM-Panal ganhou com 33.46%. Lorena Cuéllar Cisneros do PRD ficou em segundo lugar com 29.91% e Adriana Dávila Fernández do PAN  só teve 18.36%.

Veracruz. De 96.54% dos votos apurados, Miguel Ángel Yunes Linares de PAN-PRD ganhou com 34.41%. Héctor Yunes Kansa de PRI-PVEM-Panal teve 30.53% e Cuitláhuac García de Morena só teve 26.25%.

Zacatecas. Foi apurado 100% dos votos. Alejandro Tello da coligação PRI-PVEM-Panal ganhou com 37.3%. David Monreal de Morena teve 27.22% .

O PAN ganhou as eleições para governadores em 7 estados e o PRI em 5. Porém, o Partido Revolucionário Institucional quer que os votos sejam contados de novo nos lugares onde não ganhou, porque considera que as eleições não formam honestas. É uma batalha a morte para ver quem consegue acumular a maior parte do bolo numa festa que os mexicanos pagamos, mas temos a entrada proibida.

A derrota do PRI pode ser atribuída à desconfiança que tem a população em relação à forma de governar deste partido. Casos como Tlatlaya, Ayotzinapa, jornalistas assassinados, a desvalorização do peso frente ao dólar, as mil e uma fugas do Chapo Guzmán, a “Casa Branca”, contratos e privilégios ao Grupo Higa e à empresa espanhola OHL, autoritarismo, corrupção e aumento nos feminicídios têm demonstrado que o PRI só governa com mão dura e em benefício dos empresários e políticos que os apoiam. Mas o problema aqui é que o mexicano não sabe votar porque em lugar de escolher quem pode ser a melhor opção, prefere dar seu voto ao outro partido que começou a guerra contra o narcotráfico e que tem mantido a população na pobreza, fazendo com que dependa de apoios econômicos, por citar só alguns exemplos.

A mídia internacional como Le Monde, The Guardian, Los Angeles Times, Reuters, The Telegraph, Wall Street Journal e The  New York Times que cobrira, este processo eleitoral fizeram ênfase de como fatores estructurais como a pobreza, a desigualdade sócio-econômica, a corrupção, a dívida dos governos estaduais, podem influenciar nas eleições. Também falaram do poder que ainda exercem os “caciques” nos estados.

 Para a imprensa estrangeira, o importante era destacar as matérias sobre violência e a corrupção que houve no clima eleitoral, quem ganhou e quem perdeu não teve relevância.

O estado de Veracruz foi o melhor exemplo para a imprensa se falamos em eleições violentas e o papel dos cartéis, The Guardian cobriu a nota sobre a violência da jornada eleitoral naquele estado, o fogo na casa do presidente municipal de Acajete, Veracruz, ataques caseiros, sequestros, mensagens de texto ameaçantes que advertiam a gente para não votarem.

O que vivemos no domingo 5 de junho, é um reflexo de como estamos se falamos em progresso na democracia, realmente não avançamos em nada. Pelo contrário, a democracia mexicana regride e está em decadência. A situação poderia mudar se o voto fosse melhor utilizado. Já vimos e vivemos que não votar ou anular o voto só beneficia os partidos de sempre: o PRI-PAN e não permite a alternância. As pessoas reclamam, mas vendem seu voto. As pessoas já não suportam os mesmos governos, mas continuam votando neles. As pessoas estão cansadas da violência e a corrupção, mas continuam deixando via livre para eles.


El incierto, corrupto y violento proceso electoral en México

Por Ana Rosa Moreno Aguilar, Puebla, México, para Desacato.info.

El domingo 5 de junio en México se vivieron elecciones en 14 estados para elegir gobernador . El  proceso electoral ocurrió como es habitual, la tradicional compra y venta de votos, casillas embarazadas, los muertos también votan, robo de votos, conteos nada certeros y un sinfín de maniobras para que el partido más abusado (no la mejor opción) gane.

Y es que la democracia en México es como el mito de los unicornios, no existe o es como la estrella polar, es difícil de alcanzar. Y esto es abrumador porque realmente un proceso electoral no puede hacer ningún cambio en el país si siempre está truqueado.

Puebla fue uno de los 14 estados donde se llevó a cabo el sufragio para mini gubernatura, es decir, que el ganador solo gobernará un año 8 meses. La idea de este periodo de gobierno tan corto es para que el actual gobernador pueda lanzar su candidatura para la presidencia a nivel federal y el sustituto termine el periodo de administración del gobernador saliente. Aquí ganó el candidato que el gobernador escogió, porque la idea es asegurar el voto poblano en las elecciones presidenciales del 2018 y aunque hubo campañas de los otros candidatos, se llenaron las calles de propaganda (que al final será basura) y nos invitaban a votar. El voto poblano solo fue una forma de legitimar la existencia de democracia y votaciones honestas aunque todos sabemos que no fue así.

Los estados donde se jugó el todo por el todo por las gubernaturas estatales son Aguascalientes, Chihuahua, Durango, Hidalgo, Oaxaca, Puebla, Quintana Roo, Sinaloa, Tamaulipas, Tlaxcala, Veracruz y  Zacatecas. Algo importante para destacar es que, aunque México se considera un sistema multipartidista, a veces parece que es bipartidista pero en la práctica es unipartidista, ya que al final no importa el color ni la ideología sino el dinero y el poder que se puede obtener y en la cual todos los políticos están de acuerdo. Por esa razón se hacen las alianzas entre partidos.

En esta elección las alianzas fueron así, el Partido Revolucionario Institucional (PRI) como es tradición se alía con el Partido Verde Ecologista  (PVEM) y el Partido Nueva Alianza  (PANAL) y del lado contrario el Partido de Acción Nacional (PAN) se alió con el  Partido de la Revolución Democrática (PRD), el Partido del Trabajo (PT) y por último el Movimiento de Regeneración Nacional (Morena) se presentó sin alianzas.

De acuerdo al Programa de Resultados Electorales Preliminares (PREP), los resultados fueron los siguientes:

Aguascalientes. Se contabilizó al 100 % el número de votos, Martin Orozco candidato del PAN obtiene la mayoría con el 43.53%. Lorena Martínez, del PRI-PVEM-Nueva Alianza y PT obtuvieron solo el 41.34%.

Chihuahua. Se contabilizó el 91.02% de los votos. Javier Corral, del PAN ganó con el 39.51%.

Durango. Del 99.71% de los votos contabilizados, José Rosas Aispuro del PAN-PRD ganó con 46%, ganándole a Esteban Villegas del PRI-PVEM-Panal-PD.

Hidalgo. Del 99.12% de los votos contabilizados, Omar Fayad del PRI-PVEM-Panal ganó con 43.58% dejando atrás a su contrincante del PAN, Francisco Xavier Berganza con 27.61%.

Oaxaca. Del 99.94% de los votos: Alejandro Murat del PRI-PVEM-Panal obtuvo el 32.03%, José Antonio Estefan Garfias PRD-PAN obtuvo el 24.96% y Salomón Jara Cruz de Morena obtuvo el 22.81%.

Puebla. Se contabilizó el 100% y el candidato José Antonio Gali Fayad del PAN-PT-Panal-PSI-CCP (Desconozco los dos últimos partidos)  ganó con 45.35% de los votos.

Quintana Roo. Con el 100%  de las  actas contabilizadas el candidato Carlos Joaquín González del PAN- PRD tiene una ventaja del 45.67%. Mauricio Góngora del PRI-PVEM-Panal obtiene solo el 35.69%.

Sinaloa. Con el 97.78% de los votos contabilizados, el candidato del PRI-PVEM-Panal, Quirino Ordaz Coppel, ostenta el 41.22 por ciento de los votos.  Héctor Melesio Cuén del Movimiento Ciudadano obtiene el 26.38%  y Martin Heredia Lizárraga del PAN solo obtuvo el 17.76%.

Tamaulipas. Con el 95.09% de los votos, Francisco García Cabeza de Vaca del PAN, tiene el 50.15% de los votos. Baltazar Hinojosa del PRI-PVEM-Panal obtiene el 36.035.

Tlaxcala. Del 73.78% de los votos contabilizados. Marco Antonio Mena de la alianza PRI-PVEM-Panal gano con el 33.46%. Lorena Cuéllar Cisneros del PRD quedo en segundo lugar con el 29.91% y Adriana Dávila Fernández del PAN solo obtuvo el 18.36%.

Veracruz. Del 96.54% de los votos contabilizados, Miguel Ángel Yunes Linares del PAN-PRD gano con el 34.41%. Héctor Yunes Kansa del PRI-PVEM-Panal obtuvo el 30.53% y Cuitláhuac García de Morena solo obtuvo el 26.25%.

Zacatecas. Se contabilizaron los votos al 100%, Alejandro Tello de la alianza PRI-PVEM-Panal aventaja con el 37.3%. David Monreal de Morena obtuvo el 27.22% .

El PAN ganó las elecciones para gubernatura en 7 estados y el PRI en 5. Sin embargo, el Partido Revolucionario Institucional busca el recuento de los votos donde no ganó, ya que considera que no fueron honestas. Todo esto se me figura a una batalla a muerte para ver quién puede acaparar la mayor porción de pastel en una fiesta que los mexicanos pagamos pero a la cual no podemos entrar.

La derrota del PRI se puede atribuir a la desconfianza que tiene la población con respecto a la forma de gobernar de este partido. Casos como Tlatlaya, Ayotzinapa, periodistas asesinados, la devaluación del peso frente al dólar, los mil y un escapes del Chapo Guzmán, la “Casa Blanca”, contratos y privilegios al Grupo Higa  y a la empresa española OHL, autoritarismo, corrupción y aumento en los feminicidios han demostrado que el PRI solo gobierna con mano dura y en beneficio de los empresarios y políticos que los apoyan,  pero el problema aquí es que el mexicano no sabe votar porque en lugar de escoger a quien podría ser una mejor opción prefiere dar su voto al otro partido que ha desencadenado la guerra contra el narcotráfico y  que ha mantenido a la población en la pobreza haciéndoles dependientes de apoyos económicos, por nombrar algunos ejemplos, dejando atrás a los partidos o los candidatos que podrían ser una mejor opción, es una malísima venganza.

Los medios internacionales como Le Monde, The Guardian, Los Ángeles Times, Reuters, The Telegraph, Wall Street Journal y The  New York Times, que cubrieron este proceso electoral, hacían énfasis en cómo factores estructurales como la pobreza, la disparidad socioeconómica, la corrupción, la deuda de los gobiernos estatales pueden influir en las elecciones. Además, señalaron que en varios de los estados se sigue ejerciendo un poder caciquil.

Para la prensa extranjera lo importante era resaltar las notas sobre violencia y la corrupción que se forjó en el clima electoral, quién gano o quién perdió no tuvo relevancia. El estado de Veracruz fue el mejor ejemplo para la prensa si hablamos de elecciones violentas y el papel de carteles. The Guardian cubrió la nota sobre la violencia de la jornada electoral en dicho estado, el fuego a la casa del presidente municipal de Acajete, Veracruz, ataques caseros, secuestros, mensajes de textos amenazantes advirtiendo a la gente a no votar.

Lo que vivimos el domingo 5 de junio es un reflejo de cómo estamos si hablamos de progreso en democracia, realmente no hemos avanzando en nada, al contrario la democracia mexicana va hacia atrás y en decadencia. La situación podría cambiar si se utilizara mejor el voto. Hemos visto y vivido que el no votar o el anular el voto solo beneficia a los partidos de siempre el PRI-PAN y no permite la alternancia. La gente se queja pero vende su voto, la gente ya no soporta a los mismos gobiernos pero sigue votando por ellos. La gente está harta de la violencia y corrupción pero le sigue dejando el paso libre.

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