O professor Paulo Horta, na sua coluna no Jornal dos Trabalhadores e Trabalhadoras – JTT, de hoje, entrevistou a vice-reitora da Universidade Federal de Santa Catarina, Joana Passos. A seguir reproduzimos algumas frases ditas pela professora Joana, na coluna “Ufsc por dentro”. A entrevista completa você ouve ou assiste no link abaixo do texto.
Pefil da UFSC
“A universidade não está fora do contexto social. Portanto vive as contradições e pluralidades que existem no campo das ideias. Não há uma análise uniforme sobre o que tem acontecido nos últimos anos. Ela é um espaço do conjunto da sociedade que nela se representa.”
Ataques à democracia
“A UFSC nunca foi omissa diante do contexto absurdo que vivemos nos últimos anos. Tivemos posicionamentos claros como na construção da Carta da Democracia e debates sobre isso. Até porque nós tivemos uma história trágica como comunidade universitária.”
Pandemia da COVID 19
“Reagimos muito bem durante a pandemia quando nossos cientistas ajudaram a construir o seguimento e monitoramento da Covid 19 e assessorando à sociedade. O estudantes foram beneficiados pelas decisões que permitiram estudarem por ensino remoto resguardando sua vida. Também os professores/as e trabalhadores e trabalhadoras.”
Democracia universitária
“Agora há que ampliar e democratizar mais a universidade pública como um direito, trazendo cada vez mais gente para ocupar as diversas vagas que temos.
Temos tratado o impacto do ensino médio na juventude e como o estudo das trabalhadores e trabalhadoras foi impactado por medidas que os afastaram da sua construção intelectual.
Nossa ciência, nosso ensino, dialogam muito com a formação política e com a relação do direito à cidade para que tenha condições inclusivas em todas as áreas.”
Lei da mordaça de Jorginho Mello
“Há que lembrar que a escola é um lugar de disputa. Como tal a extrema direita, a direita e a esquerda disputam esse espaço. Quando o governador sanciona a Lei sabe que é inconstitucional mas, ele precisa criar o fato, porque precisa mostrar isso para seus eleitores.
Santa Catarina teve seus últimos governadores e o atual na onda da pauta de costumes, da moralidade, de uma neutralidade que não existe. Mas a escola não é passiva a isso. Trata-se de um espaço de reações perante essas situações. Os sindicatos e os movimentos sociais estão reagindo.”
Representatividade da universidade pública
“Nos não fomos eleitos como inimigos da sociedade por acaso. Eles (os setores conservadores) se assustam com a possibilidade do direito para todos e isso não agrada à perspectiva conservadora que tem a ideia de que o estado é a produção de um único grupo social. Isso é ideológico e passa pela falsa ideia de que esta sociedade foi construída só pelos imigrantes brancos europeus. Desconher a diversidade do estados é desqualifica-lo. Santa Catarina é o maior laboratório para poder compreende a diversidade cultural e humana da sociedade. Mas, é aqui que temos um número assustador de células neonazistas, é um fato que coloca em risco a segurança e a vida das pessoas. Precisamos incluir mais indígenas e mais quilombolas nesses debates. Precisamos nos responsabilizar com essa discussão.”
Abaixo o vídeo com a entrevista completa a partir do começo da mesma. É só clicar.