Vice-reitora Joana dos Passos: “A UFSC nunca foi omissa diante do contexto absurdo que vivemos.”

Santa Catarina teve seus últimos governadores e o atual na onda da pauta de costumes, da moralidade, de uma neutralidade que não existe.

Imagem: Vice reitora da UFSC, Profa. Joana Passos em recorte do Canal Youtube do Portal Desacato.

O professor Paulo Horta, na sua coluna no Jornal dos Trabalhadores e Trabalhadoras – JTT, de hoje, entrevistou a vice-reitora da Universidade Federal de Santa Catarina, Joana Passos. A seguir reproduzimos algumas frases ditas pela professora Joana, na coluna “Ufsc por dentro”. A entrevista completa você ouve ou assiste no link abaixo do texto.

Pefil da UFSC 

“A universidade não está fora do contexto social. Portanto vive as contradições e pluralidades que existem no campo das ideias. Não há uma análise uniforme sobre o que tem acontecido nos últimos anos. Ela é um espaço do conjunto da sociedade que nela se representa.”

Ataques à democracia

“A UFSC nunca foi omissa diante do contexto absurdo que vivemos nos últimos anos. Tivemos posicionamentos claros como na construção da Carta da Democracia e debates sobre isso. Até porque nós tivemos uma história trágica como comunidade universitária.”

Pandemia da COVID 19

“Reagimos muito bem durante a pandemia quando nossos cientistas ajudaram a construir o seguimento e monitoramento da Covid 19 e assessorando à sociedade. O estudantes foram beneficiados pelas decisões que permitiram estudarem por ensino remoto resguardando sua vida. Também os professores/as e trabalhadores e trabalhadoras.”

Democracia universitária

“Agora há que ampliar e democratizar mais a universidade pública como um direito, trazendo cada vez mais gente para ocupar as diversas vagas que temos.

Temos tratado o impacto do ensino médio na juventude e como o estudo das trabalhadores e trabalhadoras foi impactado por medidas que os afastaram da sua construção intelectual.

Nossa ciência, nosso ensino, dialogam muito com a formação política e com a relação  do direito à cidade para que tenha condições inclusivas em todas as áreas.”

Lei da mordaça de Jorginho Mello

“Há que lembrar que a escola é um lugar de disputa. Como tal a extrema direita, a direita e a esquerda disputam esse espaço. Quando o governador sanciona a Lei sabe que é inconstitucional mas, ele precisa criar o fato, porque precisa mostrar isso para seus eleitores.

Santa Catarina teve seus últimos governadores e o atual na onda da pauta de costumes, da moralidade, de uma neutralidade que não existe. Mas a escola não é passiva a isso. Trata-se de um espaço de reações perante essas situações. Os sindicatos e os movimentos sociais estão reagindo.”

Representatividade da universidade pública

“Nos não fomos eleitos como inimigos da sociedade por acaso. Eles (os setores conservadores) se assustam com a possibilidade do direito para todos e isso não agrada à perspectiva conservadora que tem a ideia de que o estado é a produção de um único grupo social. Isso é ideológico e passa pela falsa ideia de que esta sociedade foi construída só pelos imigrantes brancos europeus. Desconher a diversidade do estados é desqualifica-lo. Santa Catarina é o maior laboratório para poder compreende a diversidade cultural e humana da sociedade. Mas, é aqui que temos um número assustador de células neonazistas, é um fato que coloca em risco a segurança e a vida das pessoas. Precisamos incluir mais indígenas e mais quilombolas nesses debates. Precisamos nos responsabilizar com essa discussão.”

Abaixo o vídeo com a entrevista completa a partir do começo da mesma. É só clicar.

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