Um lamento por não poder desejar “Feliz Dia das Mães”. Por Roberto Liebgott.

Imagem ilustrativa. Via Pixabay.

Por Roberto Antonio Liebgott, para Desacato. info.

Hoje, no dia que se homenageiam as mães, lembramos daquelas mães e pais que choram a dor da violência covarde contra suas filhas e filhos.

Lembramos a dor dos filhos e filhas que viram seus pais e mães sofrerem e morrerem por conta da omissão e negligência no enfrentamento a pandemia.

Hoje lembramos da Mãe Celestial que na outra vida possível, na eternidade, acompanha a tudo, intercede e também chora – assim como chorou e se prostrou diante de seu filho injustiçado e crucificado – ao ver que a humanidade se desumaniza e devasta as vidas e a existência de todos os seres, tanto nas formas físicas como nas espirituais.

Lembramos hoje do choro da Mãe Terra tratada como coisa e considerada mera mercadoria.

Lembramos a Mãe que chora diante de chacinas, massacres, devastação. Segundo a imprensa, no Brasil foram praticadas pelo menos 500 chacinas – com mais de três vítimas em cada uma delas – de 2015 a 2021, em geral os mortos são jovens e adolescentes negros.

Lembramos da Mãe Terra no Brasil que chora a dor da destruição dos seus recursos ambientais, aqueles que ela gestou, germinou, fez brotar e que geraram as sementes e os frutos que alimentam o planeta.

Lembramos que na Amazônia, atualmente, cortam-se mais de um milhão de árvores por dia e com as derrubadas das árvores aniquilam-se o bioma e todo o ecossistema.

Este Dia das Mães é de lágrimas de dor e reflexão. Não há o que comemorar.

Agora devemos chorar a dor, indignar-se com a brutalidade e revoltar-se diante do genocídio e do ecocídio.

Que a Mãe Terra, a Mãe de Deus, a Mãe Deus nos dê forças, esperanças, coragem e vitalidade para enfrentarmos e combatermos o sistema de devastação e morte imposto a nossa geração, não aquelas do passado nem as que virão no futuro, mas a de agora.

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Roberto Antônio Liebgott é Missionário do Conselho Indigenista Missionário/CIMI. Formado em Filosofia e Direito.

 

 

 

 

A opinião do/a autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

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