Redação, Desacato.info.
Ferimentos que atingem a estrutura psíquica são caracterizados como violações psicológicas. Esta violência, apesar de ser silenciosa, pode gerar um sério afastamento da mulher de si mesma, da sua essência interna. Segundo a psicóloga, Graciela Ribeiro no JTT-Manhã Com Dignidade desta quarta-feira (21), ela afeta a capacidade de autoestima, a integridade como pessoa.
Como se dão estes atos? Por meio de palavras que agressivas.
Neste cenário, a UBM Caboclas de Concórdia-SC, desde 2018, desenvolve a campanha “Basta”. O movimento tem como intuito dialogar e acolher meninas e mulheres que vivenciam violências domésticas como, a violência psicológica. Durante este período, foram realizadas várias atividades diante dos dados de feminicídio, especialmente.
“A violência psicológica continua muito escondida, muita vezes naturalizada como um comportamento dos relacionamentos de casais”, destaca.
Por isto, o tema “Mas ele nunca me bateu!” será abordado amanhã (22), às 19h, no Centro Cultural do município, com a psicóloga Graciela Albiero. O objetivo é estimular a identificação da violência psicológica sofrida por meninas e mulheres. Tendo em vista, sua prevalência e necessidade de conscientização assim como, prevenção de todas as violências.
“De uma ou outra forma, todas as mulheres passamos ou vamos passar por algum tipo de característica da violência psicológica porque ela é sútil, às vezes, discreta, confundida com ciúmes, excesso de zelo que vem toda pela questão de submissão da mulher”, explica a presidenta da UBM Cablocas, assistente social e diretora do Sinjusc, Ignez Busnello Durgante.
A violência psicológica, em todo ciclo de violência doméstica está presente. E, infelizmente é comum ouvirmos a frase “Mas, ele nunca me bateu”. No entanto, este machucado invisível existe e enfraquece às mulheres.
Segundo a psicóloga, normalmente, às mulheres não percebem que estão sendo agredidas psicologicamente. Isto porque existe uma aceitação incoerente da agressividade masculina. Ouve-se: “É da natureza do homem ser violento”. Diante deste aspecto cultural, social e histórico, quebrar esta crença, exige diálogo e assimilação deste conhecimento do que significa este crime.
“Nesta vivência, o homem aniquila a mulher e ela vai perdendo a noção da decisão, de quem ela é de fato. Ela começa se isolar da sociedade, acaba aceitando como se fosse verdade o que o companheiro afirma. Esta violência é a crítica constante, a depreciação e humilhação. Na relação abusiva, a mulher fica o tempo todo se policiando para agradar. Você passa a se encaixar no que o outro, espera que você seja, você deixa de ser você”, ressalta.
Neste cenário, relação com o feminicídio se dá com a crença do homem de que se a mulher não for dele, não vai ser de mais ninguém.
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