Tire o oxigênio de Bolsonaro. Por Cristina Serra

    Imagem: Youtube
    Por Cristina Serra*

    Amanhã (02/10), temos a chance de fechar o ciclo maldito iniciado em 1964 e que se renovou em 2016. No golpe contra Dilma, na Câmara, o voto-vômito de Bolsonaro, na fúria daquele abril, assinalou o triunfo do padrão golpista, que nos rebaixa como país desde a fundação da república.

    No Brasil do século 21, não dá mais para tolerar militares que se acham tutores do poder civil, que se sentem à vontade para ameaçar eleições, para elogiar um regime que matou, torturou e roubou utopias e a brisa das liberdades por 21 anos.

    A derrota de Bolsonaro, de sua indigência moral e mental e de seu gangsterismo fascistóide, tem que ser, também, a volta definitiva dos fardados aos quartéis. Para que nunca mais seja profanado o plenário onde Ulysses Guimarães, em 1988, mirou o futuro: “Traidor da Constituição é traidor da pátria. (…) Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo.”

    No desdobramento do golpe, Lula foi impedido de disputar a presidência em 2018 por uma farsa político-policial, jurídico-midiática e também militar. Sua candidatura reata o fio rompido da história. Seu próximo mandato (se as pesquisas estiverem certas) apontará a saída do inferno.

    Será um governo de transição. O apego à Constituição é a rota para a travessia em mar bravio. De novo, Ulysses: “Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora, será luz, ainda que de lamparina, na noite dos desgraçados.”

    Temos um encontro marcado com os ventos da esperança. Nosso voto deve honrar os 700 mil brasileiros que se foram. Muitos, eleitores que não irão às urnas porque foram assassinados. O governo Bolsonaro respira com a ajuda de aparelhos. Desligue-os agora, já.

    Tire o oxigênio que ele negou a tantos brasileiros em seus derradeiros sopros de vida. Corte o ar do qual ele depende para passar ao segundo turno, quando espera poder virar o jogo, com suas falanges infladas de cólera. Mate o governo Bolsonaro com a arma mais poderosa de todas: o voto.

    (publicado originalmente na Folha de S. Paulo em 01/10/2022)

    *Cristina Serra é jornalista e escritora.

     

    1 COMENTÁRIO

    1. Como pode se ver no infame 7 de Setembro os institutos de Pesquisa faiou.
      E ao que tudo indica vide irmos pro 2o. Turno o voto pode falhar tambem uma vez que nao haverah nem Tebet nem Thronedycke para disputar.
      Sera portanto um Volto.
      A volta dos ki nunca si foram pois soh estes voltam de verdade pra nos assombrar e esculhambar.
      Jah num passou da hora de se aventurar em alternativas menos ortodoxas tipo Revolta Civil ou processos de Açoes de classe e sindicatos ou qualquer otra cosa contanto ki seja nova e diferente?
      Os cacikes do Bozo jah estao lah em Banania todos de prontidao.
      Tamos esperando o que?

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