Por Jaine Fidler Rodrigues, para Desacato.Info.
Na tarde do último domingo (13), 3,4 milhões de candidatos inscritos no Enem 2022 escreveram uma redação sobre os “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”.
O tema das redações no exame tem como propósito estimular o raciocínio e testar conhecimentos relacionados a necessidades sociais. No entanto, segundo a professora de Língua Portuguesa, Juliane Nardi, o tema escolhido deste ano não era esperado e surpreendeu. Pois, os últimos temas não focaram muito nas desigualdades e/ou problemáticas sociais.
Ela afirma: “otema é relevante e atual, de valor cultural importantíssimo, pois aborda aspectos sociais e identitários, desigualdades e preconceitos em relação a estes povos. Além disso, foca em aspectos ambientais e sustentabilidade. Ou seja, enfatiza a importância destes povos para a cultura do Brasil”.
Nas redes sociais, após realização da prova, vários candidatos, entre outros engajados na área, opinaram sobre dificuldades na abordagem e citaram referências, entre elas, representantes indígenas que falam sobre questões relacionadas a pauta.
Para a professora, foi “importante escrever sobre este tema, já que boa parte da população desconhece às legislações destes povos, bem como os conflitos vivenciados. Por ser um problema de ordem social, fez com que o estudante pensasse e refletisse em uma proposta de intervenção que valoriza a cultura destes povos e também que valoriza os direitos humanos”.
A redação é a única prova subjetiva do Enem. Tirar uma boa nota nela pode ser um diferencial, principalmente para quem deseja ingressar, pelo Sisu, em cursos muito concorridos como medicina e direito. O texto deve ter no mínimo oito linhas e máximo 30. Se o candidato escrever até sete linhas não terá a prova corrigida.
Na conclusão o candidato teve que incluir quem vai resolver o problema (agente), proposta de intervenção (ação), como será feita (meio), com que fim (finalidade) e o detalhamento de como vai ser colocada em prática.
Em suma, considera-se a escolha como uma semente plantada para fortalecer os debates e criação de políticas públicas direcionadas aos povos tradicionais e território brasileiro.
