TAP Air Portugal fecha filial de manutenção no Brasil

    Foto: Aeroin

    Rádio França Internacional – RFI

    A companhia aérea TAP Air Portugal registrou um prejuízo de € 1,6 bilhão (mais de R$ 8 milhões) em 2021, contra € 1,2 bilhão no ano anterior. Além do impacto da pandemia, uma das principais razões foi a implementação de um programa de reestruturação, que levou ao fechamento da filial de manutenção que a empresa tinha no Brasil.

    “Estamos diante de vários desafios”, declarou a diretora geral do grupo, Christine Ourmières-Widener, durante uma coletiva de imprensa para apresentar os resultados nesta segunda-feira (11). Segundo ela, a atividade da empresa foi afetada principalmente pelas “perdas acumuladas” da filial de manutenção instalada no Brasil, a TAP Manutenção e Engenharia Brasil (TAP ME), cujo fechamento foi anunciado no início do ano.

    O fim das atividades da TAP ME, que contribuíram no acúmulo de perdas da companhia aérea nos últimos anos, era uma das exigências da Comissão Europeia, que havia sido solicitada pelo governo português para ajudar a empresa. O fechamento da filial brasileira de manutenção era uma das condições para a validação do plano de ajuda anunciado por Bruxelas em dezembro.

    A companhia aérea portuguesa, cujas dificuldades financeiras aumentaram com a pandemia, teve que pedir socorro ao Estado, que decidiu renacionalizar a empresa em 2020. O plano de reestruturação fazia parte da contrapartida solicitada tanto por Lisboa como por Bruxelas.

    Além do fechamento da filial de manutenção no Brasil, a reforma é composta pela diminuição de efetivos, a baixa dos salários e a redução de sua frota. A companhia também deve liberar 18 faixas horárias de decolagem e aterrisagem no aeroporto de Lisboa para um de seus concorrentes.

    Impacto da Covid-19

    A companhia aérea também sofreu o impacto da pandemia de Covid-19 no setor, já que não conseguiu recuperar o volume de passageiros que registrava antes do surto. Suas rotas internacionais para o Brasil e os Estados Unidos, seus dois principais mercados de voos de longa duração, só puderam ser retomadas no último trimestre do ano passado.

    Em 2021, a TAP transportou 5.827 passageiros, contra os 4.657 que viajaram em 2020. No entanto, mesmo se representa um aumento, esse saldo corresponde a apenas 34% dos números registrados em 2019.

    Mesmo assim, a empresa celebra em seu comunicado um aumento de 31% em suas receitas operacionais, em 2021, atingindo € 1,3 bilhão. As receitas exclusivas vindas de passageiros também cresceram 25,8%, resultado superior à média global de 20,1% prevista pela Associação de Transporte Aéreo Internacional (IATA na sigla em inglês).

    A companhia, que espera voltar ao seu nível normal em 2023, já se prepara para uma aceleração das atividades nos próximos meses, durante o verão no hemisfério norte. Segundo Christine Ourmières-Widener, que dirige a empresa desde junho passado, 250 pessoas serão contratadas visando a retomada ligada à alta temporada.

    A executiva afirma que, ao contrário do período da crise sanitária, a TAP está agora “em melhores condições para prever a evolução da demanda”, mesmo se a guerra na Ucrânia ainda representa um momento de incerteza para o setor.

     

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