Por Paulo Fortes e Marta Bringmann.
Sonhos
Dentro de um quarto pequeno
Uma câmara de sonhos aprisionados
O coração apertado
Mas com o mundo todo na cabeça
Fechava os olhos, mais uma vez a sonhar
Pulava da janela para respirar
Buscava o horizonte para poder voar
E voava
Olhava as pessoas e não enxergava diferenças
Andava nas ruas e não tinha medo
Escondia na escuridão seus maiores segredos
A cada passo que dava
Algo novo descobria
Sentado na calçada
De nada mais fugia
Sonhava em destruir o capital
Indignado com tanta contradição
Construía em sua imaginação
Uma nova proposta de nação
Armado, preparado
Guerrilheiro, fuzileiro
Era contra o sistema a sua batalha
Lembrava de Fidel, Olga e Chê
Queria vencer as correntes imperialistas
E acabar com toda maldita ideia capitalista
Lutava com todas suas forças
Planejava um mundo de igualdade
Afinal, não via diferença
Era algo que fascina
Pois amava mais que tudo
Sua América Latina.