Síria cumprirá com eliminação de armas químicas, afirma al-Assad

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Damasco, 19 set (Prensa Latina) Síria respeitará seu compromisso de aderir à Convenção de Não Proliferação de Armas Químicas, afirmou o presidente Bashar al-Assad, e explicou que esse passo foi uma decisão soberana influenciada pela seriedade da proposta da Rússia.

Nossas posições jamais respondem a ameaças externas nem posições de força, advertiu o mandatário em diálogo com repórteres da cadeia de televisão estadunidense Fox News, amplamente divulgada nesta quinta-feira por meios de imprensa sírios.

Quanto à postura de Damasco sobre o relatório dos investigadores internacionais sobre o uso de armas químicas, al-Assad afirmou que se deve esperar pelas provas contidas no relatório. Para isso, os investigadores devem voltar ao país e completar sua missão inicial que incluía três pontos do território nacional.

A equipe liderada por Ake Sellstrom, chefe do escritório da ONU para a investigação de armas químicas, estava nesta capital em 21 de agosto quando aconteceu o ataque com gases, utilizado por governos como o dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e da França, entre outros, para acusar às autoridades sírias de sua autoria sem apresentar provas fidedignas.

O Executivo Reconheceu a posição “muito eficiente” de Moscou durante o conflito que já leva 30 meses, enquanto agregou que a Rússia protegeu politicamente a Síria mediante o veto em três ocasiões no Conselho de Segurança da ONU, evitando resoluções que abririam as portas a ataques contra o país.

Em outra parte da entrevista, al-Assad reafirmou que qualquer acordo para sair da crise nacional passa por paralisar o financiamento logístico e financeiro do exterior a grupos mercenários que procuram derrocar o governo, unido a um diálogo entre os próprios sírios.

Advertiu que a Síria corre perigo de se desintegrar como Estado secular, devido aos atentados terroristas e massacres de extremistas filiados à Rede Al Qaeda contra as minorias religiosas que historicamente convivem em paz no país.

Desmentiu que no país aconteça uma guerra civil, ao relembrar que o Exército Árabe Sírio luta contra combatentes de 83 nacionalidades financiados por administrações ocidentais e do Oriente Médio.

O presidente avaliou as diferenças que caracterizam os grupos de oposição.

Existe uma diferença entre ser “opositor” e ser “terrorista” (…) a oposição é uma expressão política e não significa tomar as armas e assassinar pessoas inocentes, ou destruir as escolas e a infraestrutura, decapitar pessoas, como costuma acontecer no caso de vários grupos, enfatizou.

Al-Assad argumentou que as relações da Síria com os Estados Unidos passam pela credibilidade que a administração norte-americana seja capaz de ter e a necessidade de respeito mútuo.

Em pergunta sobre os desafios nacionais uma vez superada a crise, Al-Assad respondeu que fará falta um trabalho duro para consertar as sequelas psicológicas e remediar os efeitos negativos da propagação da ideologia takfirí (extremista).

Teremos que curar as feridas das atuais gerações para que a Síria volte a ser um Estado secular e de paz, além de reconstruir a infraestrutura, a economia, e desenhar um novo sistema político que se ajuste às realidades do povo sírio, concluiu.

 Fonte: Prensa Latina

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