No sábado (7), o Sinn Féin obteve 29% dos votos e 27 dos 90 assentos que compõem a Assembleia de Belfast. O Sinn Féin, que no passado foi o braço político do Exército Republicano Irlandês (IRA), venceu as eleições contra o Partido Unionista Democrático (DUP), majoritário, que recebeu 21,3% dos votos, e o Partido Alianza, um centro liberal, com 13,5%. Agora a líder, Michelle O’Neill, vai tentar concorrer ao cargo de ministra-chefe da nação, que faz parte do Reino Unido. Neste cenário, os cargos de ministro-chefe e vice-ministro têm igual poder. Para governar, ambos ministros precisam do apoio do outro.
O objetivo maior do Sinn Féin é fazer com que a Irlanda do Norte deixe o Reino Unido e se torne um país junto com a República da Irlanda. Para a doutora social e política, Ana Maria Prestes, entrevistada no JTT-Manhã Com Dignidade desta quinta-feira (12), o significado da vitória é a transformação a profunda da política irlandesa em 100 anos. O partido ter alcançado ? do eleitorado, foi bastante relevante.
Ana, observa outros processos eleitorais que se relacionam com está vitória. Ela remete as eleições na França, onde os discursos neoliberais, conservadores não foram abordados. Tendo em vista, principalmente, o contexto de pandemia e suas consequências, percebe que a discussão social e progressista está bem mais forte na Europa.
Hoje, 30 anos após a ocorrência da Guerra Fria, com algumas feridas ainda abertas, a cientista reflete sobre como a busca pela unipolaridade ideológica e econômica foi buscada, porém, não alcançada. “O que há é a que há é multi-polarização” afirma Ana.
Assim como num contexto da Primeira Guerra Mundial, onde vários acontecimentos se relacionaram e suscitaram o conflito, hoje, para ela, acontece algo semelhante. No entanto, segundo Ana, movimentos que naquela época estavam latentes, atualmente, nem sempre tem força para ressurgir.
Assista à entrevista completa abaixo: