O fortalecimento do ressentimento como afeto coletivamente experimentado e, logo, como sofrimento filosoficamente pensado estaria vinculado a uma série de acontecimentos históricos recentes. Como apontam alguns autores, o ressentimento surge em concomitância com o avanço de pautas progressistas nas sociedades democráticas liberais e com a consequente redução de privilégios de grupos sociais.
O ressentimento não é um fenômeno novo na sociedade. Mas adquiriu, muito recentemente, um caráter ainda mais coletivo devido a diferentes causas sociais, como a perda de status cultural e econômico por grupos sociais específicos.
Do ponto de vista fenomênico, o ressentimento é um conjunto de afetos, formado por emoções como mágoa, raiva, inveja e desejo de vingança.
Por não se manifestar de maneira ocasional, mas sistemática e insistentemente, o ressentimento perdura na forma de sofrimento. E de certa maneira, suas causas são sociais.
Então é esse sentimento que tem causas sociais e que de certa forma causa também um sofrimento social que interessa para a filosofia.
Convidadxs:
Erico Andrade: professor de filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco.
Bárbara Buril: doutoranda em filosofia na Universidade Federal de Santa Catarina.
Leia mais: