Papa Francisco pede ‘perdão’ por crimes de pedofilia cometidos por membros da Igreja no Chile

Durante um encontro com membros do corpo diplomático e da política do Chile nesta terça-feira (16/01), o papa Francisco pediu “perdão” pelos crimes de pedofilia cometidos por membros da Igreja Católica no país.

“Aqui não posso fazer menos do que exprimir a dor e a vergonha que sinto perante um dano irreparável causado a crianças por parte dos ministros da Igreja. Desejo unir-me aos meus irmãos no Episcopado porque é justo pedir perdão e apoiar com todas as forças as vítimas, enquanto devemos nos empenhar para que isso não se repita”, disse Francisco.

Antes da visita ao país, uma série de protestos contra atingiu diversas igrejas chilenas. Entre as pautas dos manifestantes, estavam o suposto acobertamento do líder católico a bispos chilenos acusados de pedofilia e também o uso de dinheiro público na visita do Pontífice.

Entre os participantes do encontro, estava o presidente eleito do país, Sebastián Piñera, que tomará posse no dia 11 de março. O recém-eleito foi cumprimentado pelo líder católico, que aproveitou a situação também para criticar a ditadura que o país enfrentou.

“O Chile se distinguiu nas últimas décadas pelo desenvolvimento de uma democracia que lhe permitiu um notável progresso. As recentes eleições políticas foram uma manifestação da solidez e da maturidade cívica atingidas, e que tiveram uma particular importância neste ano no qual se comemora os 200 anos da declaração de Independência”, destacou Jorge Mario Bergoglio.

“Esse momento é particularmente importante porque é sinal de vosso destino como povo, fundado na liberdade e no direito, chamado a enfrentar diversos períodos turbulentos e conseguindo, todavia, não sem dores, superá-los. Dessa maneira, vocês souberam consolidar e fortalecer os sonhos de seus pais fundadores”, disse ainda.

Ainda sobre a democracia, Francisco disse que é “indispensável escutar” os mais desfavorecidos, como os desempregados, as minorias, os imigrantes e os jovens para construir uma sociedade mais justa. Depois do encontro com os diplomatas e políticos, Francisco se reuniu com a presidente chilena, Michelle Bachelet, a portas fechadas.

Missa no parque O’Higgins

Após o encontro com o corpo diplomático, Francisco celebrou uma missa no parque O’Higgins, o mais importante da capital chilena. Ele citou o poeta Pablo Neruda para falar sobre a “esperança” no futuro.

“As bem-aventuranças não nascem das atitudes que têm críticas fáceis, nem dos ‘gritos de bom mercado’ daqueles que acreditam saber de tudo, mas não querem assumir nada com ninguém. Assim, terminam bloqueando todas as possibilidades de gerar processos de transformação e de reconstrução em nossas comunidades, na nossa vida. As atitudes boas nascem do nosso coração misericordioso que não se cansa de esperar”, disse Francisco.

Ao complementar a frase, ele usou uma citação do poema “El habitante y su esperanza”, acrescentando que o nosso coração “experimenta que a esperança é ‘o novo dia’, a extirpação da imobilidade, a agitação de uma prostração negativa”.

Francisco fica no Chile até o dia 18, passando ainda pelas cidades de Temuco e Iquique.

Depois, parte para uma visita ao Peru, onde fica até dia 22, com compromissos em Lima, Puerto Maldonado e Trujillo.

Fonte: Opera Mundi

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