Por Debóra Nazzario.
Na última segunda feira 15, a professora e filósofa Marilena Chaui ministrou uma aula magna no auditório do centro de eventos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A aula, cujo tema foi “O que é democracia?”, foi organizada pelo Instituto Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA), Nupra – Grupo Psicologia, Direitos Humanos e Políticas Públicas, Escola de Saúde Pública de Santa Catarina, Fundo Newton – British Council e a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.
Atualmente aposentada pela Universidade de São Paulo, Chaui discute vários temas em suas obras, principalmente elaborações inovadoras sobre o conceito de democracia, na esteira do pensamento do filósofo político francês Claude Lefor.
O evento foi o primeiro de um curso ofertado pelo Centro de Estudos em Reparação Psíquica de Santa Catarina, que tem como objetivo discutir as principais questões relativas aos efeitos psíquicos de graves violações de direitos humanos, sempre as relacionando aos desafios diários vividos pelos profissionais da saúde a serem capacitados no curso em suas respectivas realidades locais, com foco nos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Único da Assistência Social (SUAS)
Partindo da pergunta “O que é democracia?”, Marilena discutiu sobre o surgimento da democracia desde os seus primórdios na Grécia e Roma antiga. Depois, trouxe a definição do nascimento da política proposto por Moses Finley, e não deixou de comentar sobre o modelo de construção da democracia brasileira.
“Os gregos e os romanos não dispunham de modelos e tiveram que inventar a sua própria maneira de lidar com os conflitos e as divisões sociais. A política foi inventada quando surgiu a figura do espaço público por meio da invenção do direito e da lei, isto é, a instituição dos tribunais por meio da criação das instituições públicas de deliberação de decisão, as assembléias e os senados. Esse surgimento só foi possível porque o poder político foi separado em três autoridades tradicionais que anteriormente deveriam ter o exercício do poder. Autoridade do poder privado, ou economico e o chefe de família cuja vontade dependia na vida e na morte.”
A professora lembrou que a democracia não é reconhecida por seus valores, mas por sua autenticidade e eficácia, forma social que reconhece os grupos sociais. Falando ainda sobre o Brasil, fez uma crítica à mídia que, segundo Chaui “ao invés de informar, pode acabar desinformando às pessoas”.
Vídeo: Daiane Nora e Malena Wilbert
Esta matéria foi muito superficial e distorcida em relação ao conteúdo da palestra!