O poder do capitalismo. Por Sebastião Costa

Aí não deu outra! Crucificado, morto e sepultado, subiu aos céus e hoje está sentado à DIREITA do Pai.

Por Sebastião Costa.

Outro dia, Deus, Rei absoluto do Universo, resolveu dar uma olhada mais atenta aqui na terra e sentiu a necessidade de melhorar as relações econômicas e sociais.
Nomeou como ministro seu filho, Jesus Cristo de Nazaré pra dar uma arrumada, de modo que pudesse tornar o nosso planetinha, situado lá nos confins de seu reinado, mais justo e mais, digamos assim, cristão.

Em aqui chegando, o filho do Todo-Poderoso encontrou tanta injustiça que danou-se a fazer ‘besteira’.  Convivia com pescadores, protegia prostitutas, pregava o amor entre os nativos e defendia, vejam vocês que ousadia, os  fracos e oprimidos contra a tirania dos poderosos. Onde já se viu isso?!

Aí não deu outra! Crucificado, morto e sepultado, subiu aos céus e hoje está sentado à DIREITA do Pai.

E os  homens aqui na terra sem dar a menor importância às mensagens que ele deixou.
Leonardo Boff quando se referia ao seu amigo Niemeyer falava do comunismo do gênio da arquitetura “muito próximo daquele dos primeiros cristãos referido no Ato dos Apóstolos nos capítulos 2 e 4”.

Ali se vivia “em comunhão fraterna, manifestada externamente na aceitação dos demais, na partilha dos bens e na distribuição dos serviços”.

Nesse alicerce foi construída a Santa Madre Igreja, que ao longo dos tempos foi se levando pela atração irresistível do Sistema. Nesses braços aconchegantes papas, bispos, cardeais, foram gradativamente se amoldando às regras e o modus vivendi das relações capitalistas. Riquezas ostensivas, influência  política evidente e um Banco ostentando o poder econômico.

Um olhar retrospectivo nesses 2022 anos e vai-se enxergar  a evolução de um Sistema egocêntrico, concentrador de riquezas e sem uma gota de sensibilidade cristã, ao mesmo tempo em que a religiosidade, invadindo corações e mentes ofereceu um Deus bom e misericordioso, gerando um conformismo conivente, e os fracos e oprimidos cada vez mais oprimidos e mais fracos.

A Teologia da Libertação injetada nas veias capitalistas da Santa Igreja Católica pelo dominicano Gutierrez, pretendeu transformar o Deus bom e misericordioso num Deus mais justo e mais, digamos assim, cristão, despertando os fracos e oprimidos dessa letargia social que alimenta as perversidades do Sistema.

Woitila e Ratzinger preferiram insistir com o Deus misericordioso, Bergoglio abraçou as ideias do peruano Gutierrez.

Uma consulta mais apurada no currículo da Igreja ao longo dos séculos e vai-se encontrar entre os 266 papas, Pio XI, Leão XIII, João XXIII e Francisco I rezando no catecismo do filho do Rei absoluto do Universo.

E a  Igreja Católica Apostólica Romana segue perfeitamente atrelada às engrenagens do Sistema.

E no planetinha situado nos confins do Universo, as relações econômicas e sociais seguem mais perversas do que quando Jesus Cristo de Nazaré por aqui passou.

A força do capitalismo sufocando o cristianismo, cooptando o catolicismo.

 

Sebastião Costa é médico.

 

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