Manifestantes invadem símbolo do mercado financeiro em Paris

“Escolhemos a Bolsa de Paris porque ela é um símbolo do CAC 40”, explicou o sindicalista Fabien Villedieu.

Imagem: Youtube/Reuters

Texto: Rádio França Internacional-RFI.

Manifestantes invadiram temporariamente nesta quinta-feira (20) a sede da Euronext, proprietária Bolsa de Valores de Paris e outros seis pregões europeus. O ato simbólico, que terminou sem prisões nem vandalismo, se junta à lista de protestos registrados na França nas últimas semanas contra a promulgação da reforma da Previdência.

Cerca de 300 pessoas se reuniram em La Défense, bairro no oeste de Paris onde ficam as sedes das principais empresas e bancos franceses e internacionais, e invadiram o hall do prédio da Euronext. Fazendo muito barulho e equipados com sinalizadores, os manifestantes soltaram fumaça enquanto gritavam frases contra o presidente Emmanuel Macron e seu governo. Minutos depois eles deixaram o local, pacificamente, sem intervenção da polícia.

“Escolhemos a Bolsa de Paris porque ela é um símbolo do CAC 40”, explicou o sindicalista Fabien Villedieu, em referência à sigla usada para identificar as 40 principais empresas cotadas no pregão parisiense.

Na semana passada, outro endereço simbólico foi invadido por alguns instantes por manifestantes: a sede do grupo LVMH, líder mundial do luxo. Na semana anterior, um prédio que acolhe grandes grupos financeiros no centro de Paris também foi alvo de um ataque momentâneo.

Reforma da Previdência

Desde janeiro, a França vive uma crise política e social, com inúmeras manifestações e greves contra a reforma da Previdência, um projeto rejeitado pela maioria da população. Uma das medidas mais contestadas da reforma é o aumento a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030.

Apesar das manifestações, o presidente Emmanuel Macron não cedeu e decidiu, em março, adotar a reforma sem o voto dos deputados, temendo não ter apoio suficiente no Parlamento, onde seu partido não tem maioria absoluta. Desde a rápida promulgação da lei, que deve entrar em vigor antes do final do ano, o chefe de Estado tenta virar a página da crise social, mas a tensão continua.

Além dos protestos nas ruas e a invasão de prédios que, segundo os manifestantes, simbolizam as injustiças sociais e a desigualdade econômica, todos os deslocamentos do chefe de Estado tem sido alvo de tumultos ou demonstrações de hostilidade.

Na manhã desta quinta-feira, um barulhento comitê carregando cartazes e faixas exigindo a demissão de Macron aguardava o presidente nos arredores de uma escola no sul do país, que recebia a visita do chefe de Estado. Na véspera, no nordeste francês, Macron foi vaiado e insultado pela população.

(Com informações da AFP)

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