Lula critica ‘neocolonialismo verde’ e cobra países ricos: ‘Não haverá sustentabilidade sem justiça’

Em seu discurso no encerramento da Cúpula da Amazônia, presidente criticou o que definiu como "neocolonialismo verde" por parte dos países ricos e lembrou que gastos militares ainda importam mais do que gastos com o meio ambiente.

Foto: Ricardo Stuckert

Nesta quarta-feira (9), chegou ao fim a Cúpula da Amazônia, evento que aconteceu em Belém. Em suas declarações finais, Luiz Inácio Lula da Silva disse que “não podemos aceitar um neocolonialismo verde que, a pretexto de proteger o meio ambiente, impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias e desconsidera nossos marcos regulatórios e políticas domésticas”, afirmou o mandatário.

Em outro momento, Lula pediu a países ricos que se conscientizem de que são eles a principal causa do problema das mudanças climáticas.

“O 10% mais ricos da população mundial são responsáveis ??por mais de 75% da riqueza e emitem quase metade de todo o carbono que é jogado na atmosfera. Não haverá sustentabilidade sem justiça […] vamos à COP28 para dizer ao mundo rico que, se eles realmente querem preservar o que temos da selva, têm que colocar dinheiro”, disse.

Ao mesmo tempo, Lula pontuou que não são nações como Brasil, Venezuela ou Colômbia que precisam do dinheiro, e sim, a natureza.
“Não é o Brasil que precisa de dinheiro, não é a Colômbia que precisa de dinheiro, não é a Venezuela. É a natureza, contaminada pelo desenvolvimento industrial de mais de 200 anos, que precisa, que paguem sua parte agora para que possamos pode restaurar parte do que está danificado é a natureza que precisa de dinheiro, financiamento”, declarou.
O líder brasileiro citou o fundo afirmando que nele “países amazônicos dividem cadeiras, enquanto nações ricas têm assentos próprios“.
“Sanar a falta de representatividade é elemento essencial de uma proposta abrangente e profunda de reforma da governança global que beneficie todos os países em desenvolvimento“, disse.
Foto: Ricardo Stuckert
A realização da Cúpula da Amazônia teve como organizador principal o Brasil, mas também contou com a atuação da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), uma organização intergovernamental formada por Brasil, Bolívia Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

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