Na semana passada a Justiça argentina concedeu liberdade a vários suspeitos de envolvimento no ataque contra a vice-presidenta Cristina Kirchner. A tentativa de magnicídio ocorreu em 1° de setembro em frente ao seu apartamento em Buenos Aires, quando Fernando Andrés Sabag Montiel, um homem de 35 anos com um símbolo nazista tatuado no braço, se misturou entre os seguidores de Kirchner e engatilhou uma pistola calibre 32 a poucos centímetros de sua cabeça, mas a arma não disparou. Sabag foi detido no ato, e sua suposta namorada, três dias mais tarde.
A investigação contra o crime tem caminhado a passos lentos, a ex-presidenta Cristina está pessimista e diz que sabe que o Poder Judiciário não vai investigar nada. Seus advogados, José Manuel Ubeira e Marcos Aldazábal propuseram à juíza María Eugenia Capuchetti, 43 provas, sendo apenas 8 aceitas pela juíza.
Tali Feld Gleiser aponta a importância de uma investigação que articule os vínculos da tentativa de magnicídio com a ação dos neonazistas da Revolução Federal, quatro membros desse agrupamento de extrema direita foram presos pela sua atuação nas redes instigando o assassinato do presidente Alberto Fernandes, de Cristina Kirchner e de seu filho Máximo Krichner.
A Câmara Federal argentina que é, em sua maioria, de direita e pró-Macri, liberou os membros da agrupação até faz pouco tempo desconhecida, Revolução Federal, mantendo somente três possíveis responsáveis pela tentativa de assassinato. Tali diz que o objetivo é negar uma ação articulada para dizer que foi uma fato isolado de “louquinhos”.
Há dados inclusive de que pessoas de direita vinculadas ao ex-presidente Macri e à presidenta do partido Proposta Republicana (PRO), Patricia Bullrich, financiaram algumas dessas pessoas que foram liberadas. A demora nas investigações denota inclinação para não avançar em uma possível trama nos bastidores.
Assista o comentário de Tali Feld Gleiser sobre ocorrido no JTT:
