O conselho de Ministros de Israel aprovou neste domingo (27) uma polêmica lei contra ONGs identificadas com a esquerda pacifista que, se ratificada pelo parlamento do país, exigirá uma exaustiva fiscalização sobre as doações recebidas por elas no exterior.
A proposta foi aprovada de forma unânime pelos membros do Conselho de Ministros, segundo a edição digital do jornal “Yedioth Ahronoth”, apesar das queixas das ONGs locais.
Proposta pela ministra da Justiça, Ayelet Shaked, do partido nacionalista religioso Lar Judaico, o projeto de lei estabelece um rigoroso controle sobre as finanças das organizações.
Entre outras medidas, qualquer uma delas que receber mais de 50% de seus recursos de um ou mais governos estrangeiros, deverá declarar a origem do dinheiro abertamente. Elas ainda terão que identificar quem são seus patrocinadores, algo que foi considerado como uma “medida discriminatória” porque é contrária especialmente à esquerda pacifista.
“É um crime de ódio contra a democracia”, classificou a organização israelense Paz Agora, que lembra que as novas disposições excluirão de forma deliberada as ONGs ligadas à direita nacionalista.
O projeto não prevê que doações que venham de pessoas privadas, como ocorre na maioria dos casos com grupos nacionalistas ou pró-colonização da Palestina, sejam informadas pelas ONGs.
Normalmente, as organizações nacionalistas recebem apoio financeiro de empresários judeus americanos, enquanto as da esquerda pacifista são financiadas pelos governos europeus.
O projeto de lei, que foi criticado na imprensa por representantes da União Europeia que não quiseram se identificar, ainda exigirá que os ativistas dessas ONGs levem uma identificação ao entrarem no parlamento do país.