Grupo Ânima afronta direitos básicos dos estudantes da Unisul

Redação

Estudantes da Unisul e da UniSociesc, que agora são a mesma universidade e pertencem à mesma empresa, chamada Ânima Educação, estão sendo frontalmente desrespeitados em seus direitos mais básicos.

Recentemente o Grupo Ânima anunciou que as universidades adotariam o modelo de ensino híbrido de forma permanente. O ensino híbrido significa que parte da grade curricular é ofertada de maneira presencial e a outra parte de forma remota, online.

O JTT – A Manhã Com Dignidade entrevistou Victor Gaspodin, ex-presidente do DCE da Grande Florianópolis da Unisul, Carolina Neres Baldissarelli, estudante de Biomedicina e Julia Vieira, presidente do DCE da Unisul e 2ª Vice Presidente da União Catarinense dos Estudantes (UCE), que relatam os ataques no ensino que os estudantes estão sofrendo.

Julia Vieira denuncia: a promessa da Unisul era de retorno 100% presencial. Além do mais,  não houve redução da mensalidade, uma vez que as aulas passam a ser híbridas. Pelo contrário, as mensalidades aumentaram em 11% – e para o curso de Medicina o reajuste foi de 15%.

“Tem estudante que paga 4 mil reais de mensalidade, como no caso do curso de Odontologia, para quase não ter aula presencial, sendo que em universidades que oferecem o ensino híbrido as mensalidades são menores do que esse valor”, relata Julia Vieira.

Já Vitor Gaspodini vê a relação dessas ações do Grupo Ânima e das Universidades Privadas com a agenda econômica de Paulo Guedes e Bolsonaro: a liberalização da economia. Ou seja, tudo vira mercadoria e, no caso da educação, as universidades privadas colocam o lucro acima de tudo. “O ataque a educação nesse modelo liberal de economia se traduz em ensino hibrido, demissão de professores e funcionários, aumento das mensalidades”.  E relembra que a Unisul, antes de ser comprada pelo Grupo Ânima, era uma Universidade Comunitária que pertencia à uma fundação que não era privada: “a universidade foi de certa forma privatizada”, lamenta.

Mobilização nacional dos estudantes

Carolina Baldissarelli fala das lutas dos estudantes em Santa Catarina mas também em todo o país: “os estudantes estão unidos, no Brasil inteiro, pois todos estão sendo prejudicados”.

A universidade apresenta a justificativa de que o aumento das mensalidades é referente às melhorias no espaço da Universidade o que, segundo Carolina, não se comprova: “quando cheguei para ter aula presencial os materiais estavam vencidos, chegou até a faltar água”.

Em reunião com diretor da Unisul, justificando a implementação do ensino hibrido, o diretor buscou falar da vantagem desse modelo. Caroline defende: “é um modelo valido quando há consentimentos, nós não escolhemos, isso nos foi imposto”. E vê que o ideal é oferecer a possibilidade de escolha para os estudantes e o pagamento de acordo com o modelo de ensino.

Para os estudantes a principal luta nesse momento é a luta em defesa do retorno das aulas 100% presenciais!

Acompanhe a luta dos estudantes e a entrevista completa no vídeo abaixo:

1 COMENTÁRIO

  1. Além de não repor a inflação, defasada por anos, do pessoal da UDESC – a Universidade pública, gratuita e de qualidade

Deixe um comentário para Andréa Oriques Cancelar resposta

Please enter your comment!
Please enter your name here


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.