Por Hylda Cavalcanti.
Brasília – Uma das integrantes do grupo de pessoas que está há 16 dias em greve de fome pela libertação de Lula, pelo combate à fome do país e pelo respeito à democracia, cujo nome não foi divulgado, foi conduzida na noite de ontem (14) ao Hospital Universitário de Brasília (HUB) apresentando dores musculares, queda de pressão e se sentindo muito mal. Até as 12h30 de hoje ela continuava hospitalizada. Todos os grevistas, segundo informações de médicos que os acompanham, perderam entre oito e 11 quilos, muita massa muscular e têm apresentado sintomas de problemas arteriais.
Eles estão sendo tratados com soro e medicamentos para evitar dores, mas insistem na continuidade da greve, conforme representantes de vários movimentos que foram até o local para prestar solidariedade ao grupo.
“A fraqueza está grande, mas o sentimento é forte. Colocamos nossas vidas à disposição da causa”, disse o militante Jaime Amorin, um dos ativistas, durante ato ecumênico realizado no início da semana.
Na tarde de ontem, o Frei Sérgio Görgen, que participou de audiência ao lado do prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, juristas, artistas e representantes de movimentos populares com a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) também se sentiu mal. O religioso foi conduzido de carro, em separado, logo após o encontro, até o local onde estavam os outros integrantes, para tomar um pouco de soro, mas não chegou a precisar ser conduzido a um hospital.
No início da manhã de hoje, um grupo de parlamentares do PT, assim como o ex-prefeito de São Paulo e candidato a vice-presidente na chapa petista Fernando Haddad e a presidenta nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), estiveram no local para prestar solidariedade aos grevistas. O grupo participa da agenda de mobilizações em torno do registro oficial da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a presidente.
‘Fundamental importância’
Os grevistas deixaram claro que, mesmo diante das condições em que se encontram, pretendem ir para a frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no final da tarde, para o ato pela candidatura do ex-presidente.
“A defesa deles pelo presidente Lula é a defesa do povo brasileiro. Viemos aqui manifestar nosso reconhecimento e gratidão por esse ato, que é radical sim, porque tem o objetivo de lutar para acabar com a injustiça que se fez contra o nosso ex-presidente, mas de fundamental importância para mostrar a união dos vários movimentos pela transformação do Brasil num país com menos injustiças e onde sejam revistos direitos que foram conquistados e estão sedo retirados”, afirmou a senadora e presidenta petista.
Também Fernando Haddad afirmou que o gesto dos grevistas, assim como dos manifestantes que vão ao TSE nesta quarta-feira, não registra desobediência e sim, ao contrário, “obediência à lei e à Constituição”.