O exército israelense impôs novas restrições à cobertura da mídia sobre soldados em serviço de combate ativo, em meio à crescente preocupação com o risco de ações legais contra tropas que viajam ao exterior por seu suposto envolvimento em crimes de guerra em Gaza.
A medida foi tomada depois que um reservista israelense que estava de férias no Brasil deixou o país abruptamente quando uma juíza brasileira ordenou que a Polícia Federal abrisse uma investigação após alegações de um grupo pró-palestino de que ele havia cometido crimes de guerra enquanto servia em Gaza.
Conforme as novas regras, a mídia que entrevistar soldados com patente de coronel ou inferior não poderá mostrar seus nomes completos e rostos, semelhante às regras já em vigor para pilotos e membros de unidades de forças especiais, disse o tenente-coronel Nadav Shoshani, porta-voz militar israelense.
“Essa é a nossa nova diretriz para proteger nossos soldados e garantir que eles estejam a salvo de tais incidentes por ativistas anti-Israel em todo o mundo”, disse Shoshani.
Shoshani disse que grupos de ativistas, como a Fundação Hind Rajab, sediada na Bélgica, que motivou a ação no Brasil, estavam “ligando os pontos” entre os soldados que postaram material de Gaza e outras fotos e vídeos de si durante as férias no exterior.
No ano passado, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão para o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e para o ex-ministro da defesa Yoav Gallant por supostos crimes de guerra em Gaza, provocando indignação em Israel.
Nos últimos meses, foram apresentadas queixas criminais contra soldados israelenses em férias no Chipre, Sri Lanka, Argentina e Chile. A Fundação Hind Rajab afirma ter coletado provas contra cerca de 1.000 soldados israelenses.
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