Editorial

Florianópolis, 2 de julho de 2014.

Mês de datas contraditórias, julho lembra, no dia 4, o nascimento do maior império genocida da humanidade e, 10 dias depois, rememora a Toma da Bastilha na Revolução Francesa. Dois contrapontos da humanidade que se revelaram em toda potência nas décadas posteriores à II Guerra Mundial, entre a repressão fascista pró-imperialista e aqueles que militaram por um Mundo diferente. Julho também aloja no seu calendário o início da I Guerra Mundial em 28 de julho de 1914, outra agressão capitalista no amanhecer do século passado.

Mas, é neste julho de 2014, depois da Copa, que os olhares se voltarão sobre a Eleição Nacional no Brasil. E muitos dos que decidirão pelos novos representantes são “filhos” das últimas ditaduras que assolaram América Latina. Ou melhor, são os filhos das gerações que lutaram contra as ditaduras ou se assimilaram a elas. Eleitores que nasceram e se educaram segundo o formato errático e destrutivo de governos obedientes ao Império ou mamando a frustração dos derrotados em seus sonhos mais sublimes de mudanças.

Que entregaram as gerações derrotadas ou assimiladas a esses jovens? Como foram educados entre niilismos e neoliberalismos; entre descrédito de tudo e consumo supérfluo; entre desinteresse político e sublimações? Quantas fragilidades e exposição ao formato único de mundo herdaram? Que responsabilidade lhes cabe para conseguir a mudança que transforme um sistema institucional local e global decadente?

Todas estas perguntas cabem de julho até outubro. Só esses jovens podem respondê-las. É uma nova chance de fazê-lo dentro da democracia representativa. Também tem a oportunidade de ir além e buscar outra democracia que supere a frustração do sistema democrático burguês.

O que decidam será, ou talvez não, produto do que as gerações em combate não puderam ou não quiseram lhes oferecer: um País outro, melhor, transformador e não apenas assistencial e mínimo. Mas, não terão culpa, ao menos não ainda.

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