Editorial

Florianópolis, 10 de junho de 2014.

Quando terminar o Mundial de Futebol, vai acontecer o que? O Ibope, entre 4 e 7 de junho, mostra Dilma com 38%, Aécio com 22% e Campos com 13%. A pesquisa Data Folha apresenta números parecidos. Setores descontentes, legitimamente uns, eleitoreiramente outros, ocuparão as ruas, durante e depois do Mundial. Mudarão em algo as perspectivas apresentadas pelos institutos de pesquisa? Possivelmente não ou muitíssimo pouco.

Quem tem a pauta política para valer está fora do processo eleitoral. Os movimentos de periferia e sem teto, levam a dianteira em matéria de visão de mundo e de realidade. São orgânicos com suas premências e claros quanto a como conquistá-las. Desconfiados da elite política, são observadores perspicazes do fracasso político-partidário e da recortada reivindicação sindical. Tem menos laços de conchavos com os espaços institucionais locais e nacionais. A verdade é menos teórica que nos movimentos estudantis. Não é um voto a diferença entre a vida e a morte, nem mata nem alivia.

A contradição dos setores de aparência mais radical da esquerda que clamam mudar o sistema, mas votando dentro dele, parece-se, demais, à postura assimilada do governo que acredita humanizar o capitalismo também dentro dele. Não é tola a sociedade, pode sim, ser indiferente. Quem se assimila por preguiça ou porque acredita ter sido pior antes do PT, apoiará o que está aí. Quem se opõe à barbárie não aceita contradições e sabe que o direito a esperneio é só isso e tem limite de validade.  Faltam pauta e programa para assumir o poder, não o governo.

O Estado burguês, o direito romano, os poderes judiciais, o capitalismo explorador e o imperialismo neoliberal são réus confessos, porém, não há no horizonte uma proposta para acabar com tais infortúnios apesar das brutais crises estruturais.

Votar também pode ser um ato representativo de omissão para com a realidade. Qual será o caminho? Quem tem a receita?

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