O presidente Jair Bolsonaro se elegeu prometendo não privatizar empresas de setores estratégicos, como é o caso das que integram o grupo Eletrobras. No entanto, encaminhou para a Câmara dos Deputados proposta de venda dessas estatais, através da Medida Provisória 1.031/2021, de 23 de fevereiro, aprovada recentemente.
Em qualquer lugar do mundo e aqui serve o exemplo dos Estados Unidos, um dos mais capitalistas, o setor de energia é mantido sob a lógica de um bem público, porque essencial para o desenvolvimento, segurança e soberania do país. Ou seja, abrir mão desse setor, só se justifica para atender interesses econômicos privados e alheios às necessidades da população.
Não bastasse a perda de controle da área de energia elétrica, uma vez que o governo abrirá mão de ter a maioria das ações dessas empresas, os consumidores deverão amargar ainda, conforme dados de especialistas, um aumento da tarifa de energia elétrica em torno de 10 a 20%. Tudo isso em plena pandemia, com milhares de mortes e o desemprego lá nas alturas.
Diante da já dramática e insustentável realidade, deseja-se que se tenha forte resistência de setores da sociedade realmente interessados em preservar o patrimônio público e em melhorar a vida dos brasileiros.
Dinovaldo Gilioli é ex-membro do Conselho de Administração da Eletrosul.
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