CPI da Covid-19 para apurar omissão de Bolsonaro reúne 30 apoios e é protocolada no Senado

A representação partidária é significativa. Assinam o pedido de CPI senadores de PT, PSB, Podemos, PSDB, PDT, PSD, Rede, PSL, Cidadania, PROS e MDB

Randolfe Rodrigues (esq.), autor do pedido, e Weverton são ignatários do requerimento pedindo investigação. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O líder da Rede no Senado, Randolfe Rodrigues (AP), conseguiu reunir 30 assinaturas (três a mais do que o necessário) para protocolar um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. “O objetivo é investigar as falhas, omissões e responsabilidades do governo na condução da crise da pandemia”, justifica o senador. “Foram milhares de mortes, um número que continua aumentando! Os responsáveis devem responder por isso!”, escreveu ele no Twitter.

A representação partidária no documento é significativa. Assinam o pedido de CPI da Covid-19 no senado parlamentares de PT, PSB, Podemos, PSDB, PDT, PSD, Rede, PSL, Cidadania, PROS e MDB (veja a lista dos signatários abaixo). Cabe ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a decisão sobre a instalação da CPI ou não. Durante a tramitação do pedido, assinaturas podem ser retiradas ou acrescentadas.

“Com o recrudescimento da covid-19 em dezembro de 2020 e janeiro de 2021, as omissões e ações erráticas do governo federal não podem mais passar incólumes ao devido controle do Poder Legislativo”, diz Randolfe no pedido. No requerimento, o senador afirma que o governo federal, comandado por Jair Bolsonaro, viola os direitos fundamentais da população brasileira à vida e à saúde. Acrescenta que o Planalto foi um “obstáculo” na busca de uma vacina contra a Covid-19, por desacreditar a vacina chinesa CoronaVac e não garantir um estoque adequado de insumos. O caos em Manaus, segundo o documento, também foi resultado da omissão do governo.

“Crenças e quimeras”

Ele lembra que dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, foram demitidos por não “seguirem as crenças e quimeras (de Bolsonaro) na condução das políticas públicas de saúde”.

Com a dificuldade de se deflagrar um pedido de impeachment a partir da eleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara dos Deputados, a oposição usa a CPI como uma alternativa para manter a pressão e o debate no Congresso e na sociedade.

Há duas semanas, o deputado Rogério Correia (PT-MG) disse à RBA que CPMI ou impeachment de Bolsonaro “são dois caminhos que devem ser perseguidos pela oposição”. Ele justificou: “Todos os métodos são válidos. Mas o que vai definir é a mobilização popular e social que está a caminho.”

Signatários

Até a tarde desta quinta-feira (4), assinam o pedido de CPI os seguintes senadores:

De acordo com a assessoria, as assinaturas no pedido são de:

  • Jean Paul Prates (PT-RN)
  • Alessandro Vieira (Cidadania-SE)
  • Jorge Kajuru (Cidadania-GO)
  • Fabiano Contarato (Rede-ES)
  • Álvaro Dias (Podemos-PR)
  • Mara Gabrilli (PSDB-SP)
  • Plínio Valério (PSDB-AM)
  • Reguffe (Podemos-DF)
  • Leila Barros (PSB-DF)
  • Humberto Costa (PT-PE)
  • Cid Gomes (PDT-CE)
  • Eliziane Gama (Cidadania-MA)
  • Major Olímpio (PSL-SP)
  • Omas Aziz (PSD-AM)
  • Paulo Paim (PT-RS)
  • José Serra (PSDB-SP)
  • Tasso Jereissati (PSDB-CE)
  • Weverton (PDT-MA)
  • Simone Tebet (MDB-MS)
  • Rose de Freitas (MDB-ES)
  • Rogério Carvalho (PT-SE)
  • Renan Calheiros (MDB-AL)
  • Eduardo Braga (MDB-AM)
  • Rodrigo Cunha (PSDB-AL)
  • Lasier Martins (Podemos-RS)
  • Zenaide Maia (PROS-RN)
  • Paulo Rocha (PT-PA)
  • Styvenson (Podemos-RN)
  • Acir Gurgacz (PDT-RO)

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