Contra o Fascismo, Unidade na Luta. Em Brasília, Barcelona, Lima… Por Flávio Carvalho.

Por Flávio Carvalho.

Porque é importante antecipar-se ao golpe e não deixar que os fascistas pautem a nossa agenda política e tenhamos que ir nas pressas, correndo atrás deles?

Este golpe estava cantado, a polícia e as armas são “deles”. Mas não condenemos o nosso direito de haver festejado vitória nas ruas. É nosso direito também à alegria, depois de tanta morte e genocídio.

Confiança, Respeito e Diálogo com o nosso novo governo, em uma semana trágica para a democracia brasileira.

Em 1964, guardadas as devidas proporções, aconteceu o mesmo. Confiemos na experiência de quem sabe o que é derrubar ditadura, porém escutando também os mais jovens. Pois os tempos e formas mudam.

Pressionemos o governo Lula, sempre com a crítica construtiva, cada vez mais à esquerda. Ele mesmo sabe e já disse o quanto necessita da nossa mobilização permanente.

Sobre isso, ontem corri, quase na madrugada, a fazer live no instagram da @fibrainternacional, tentando dialogar com o espanto do terrível terrorismo em Brasília.

Estas ideias que agora escrevo nas pressas, estão gravadas em vídeo no Instagram da Fibra, com a calma – e ao mesmo tempo urgência compatível – que a atualidade política requer.

Quem duvida que virá mais por aí?

Quem duvida que não lhes daremos a contundente resposta que os golpistas merecem?

Hoje, em Barcelona, há – no mínimo – 3 convocatórias de atos em defesa do Governo Lula.

A primeira, 16h, na frente do consulado. Só não irei exercer o meu legítimo direito de participação pois será em horário laboral e não posso, infelizmente. Mas já estou ajudando a divulgar e apoiando como posso.

Logo, às 19h, na Font de Canaletes, no início das Ramblas, tradicional local dos atos da Fibra, em Barcelona, concentração unitária que já está sendo divulgada pelos principais partidos de esquerda da Espanha e principalmente da Catalunha. Acabei de ver Pablo Iglesias reproduzindo em suas redes e na TV uma repostagem sobre este ato, por iniciativa da nossa deputada Maria Dantas. O cartaz deste ato remete ao quadro de Di Cavalcanti, vandalizado e destroçado pelos fascistas.

Todos os atos são compatíveis!

Logo, aproveitando que já havia protesto já convocado contra o Golpe de Estado no Peru, estarei na Praça Sant Jaume, 18h, na porta da Prefeitura de Barcelona e do Palácio do Governo da Catalunha, pois o lawfare fascista é internacionalmente financiado pelo pior capitalismo.

De tudo isso, uma lição.

Ou as pessoas que convocam e participam de todos esses atos sentam-se juntas e adotam a postura do velho conceito guevariano de Revolução Permanente, ou deixaremos passar a ideia que a luta antirracista e contra o machismo que mata,
a cada dia, não é coisa nossa. E seguiremos fazendo cartazes nas pressas, cada um por seu lado.

Isto é uma crítica construtiva, das que o próprio Lula nos está avisando.

Ou a luta antifascista é permanente, nos sindicatos, nos nossos projetos socioculturais, feminista, antirracista, debatida e dialogada nao somente – mas também! – nos gritos nas ruas e redes sociais e na mídia alternativa, ou continuarei correndo de ato em ato.

Exijo de mim mesmo a chamada para sentar e dialogar, debater agendas de luta permanente, não somente entre brasileiros, embora principalmente entre todas nós, aqui no exterior.

Porque, sabe o principal?

Corre nas redes também uma convocatoria bolsonarista em Barcelona. Sabias? Claro que não divulgarei nem onde nem quando. Mas, alerta, é unitária: uma só concentração dos golpistas.

Sintomático?

O privilégio sabe operar de várias formas articuladas, até mesmo no meio de nós.

Por isso, eu sou ativista, não de hoje. Participo, não somente em atos públicos. Escrevo, produzo atividades culturais, leio, não passo o dia inteiro no sofá, no Instagram (mas não deixo de usá-los como ferramenta de difusão das coisas que faço e de como eu penso e me sinto). Me organizo, na Fibra, na catalã Unitat contra el Feixisme i el Racisme, em Marx21, tento acompanhar ao máximo a CUP, um partido catalão anticapitalista e antifascista, e atuo localmente em diversos espaços do movimento antimonárquico e pelo direito de autodeterminação dos povos, como a Catalunha que eu quero livre e cada vez mais antifascista.

Eu não nasci ontem.

E tenho coragem de assumir o quanto ontem, como um “bom homem”, eu fiquei triste e preocupado. Sem hesitar.

Admitir o meu medo é alimentar minha esperança pra cima dele.

Por isso, este ano, eu completarei duas décadas desde que me filiei ao PT. Sempre na coerência da crítica construtiva.

Por isso, VOX, o fascismo espanhol não me pegará jamais desprevenido. Eu não o vivo promovendo com meu adesivo #stopvox. Eu, admitindo sua existência, ativo minha resistência permanente até que ele não mais exista. Contra os intolerantes, intolerância!

Não passarão.

Nem aqui, nem no Peru.

Aquele abraço.

Brasília é do Povo.
O Brasil é nosso.

Barcelona, 9 de janeiro de 2023

@1flaviocarvalho (Instagram e Twitter)

@quixotemacunaima (Facebook)

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