Por Nara Lacerda.
Até o mês de julho 13,3 milhões de brasileiros fizeram algum tipo de teste para o coronavírus, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número corresponde a 6,3% da população. 59,4% dos que receberam resultado positivo têm menos de 59 anos, o que pode indicar que a população jovem é a que mais responde pela propagação da doença. Além disso, o IBGE identificou que a população pobre tem menos acesso aos testes. Apenas 3,5% dos que ganham menos fizeram o exame. Já entre os que têm maior renda, o índice sobe para 14%.
Os números relativos à testagem, levantados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio com foco na covid-19 (Pnad Covid-19), confirmam que o Brasil ainda está entre as nações que menos realiza testes no mundo. O levantamento do IBGE aponta um número absoluto de testes ligeiramente abaixo da estimativa feita pela plataforma Worldometer. A ferramenta indica que o Brasil é o 78º no ranking de realização de exames para detectar a doença.
Após a apresentação dos números, o Secretário Executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, foi perguntando se a pasta considera o número baixo. Ele afirmou que “o desejável era que tivéssemos testado mais,” mas que governo vem trabalhando para aumentar a capacidade de realização de exames. “A partir de uma capacidade inicial de 28 mil exames por dia, nós já temos plataformas que ampliaram em mais de 100%. Saímos de 28 mil para um acréscimo de 47 mil exames por dia”.
Ao identificar que maior parte dos infectados pela covid-19 não faz parte do grupo da terceira idade, o Brasil repete uma tendência observada em todo o continente americano. Na região, o avanço do vírus é sustentado pela população mais jovem. Apesar disso, mais de 70% das mortes ocorrem entre idosos, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
A Penad Covid-19 registrou também que mais de 13,7 milhões de pessoas no Brasil sentiram algum sintoma relativo à contaminação pelo coronavírus, como perda de olfato e paladar, tosse, febre ou dificuldade de respirar. Cerca de dois milhões de brasileiros e brasileiras relataram mais de um desses sinais.
O número de cidadãos e cidadãs que buscaram o sistema de saúde com suspeita de covid-19 chegou a 3,3 milhões em julho. Isso indica que mais de 22% dos que tiveram algum sintoma, buscaram ajuda. Em junho esse índice era de pouco mais de 19%. Quase 80% dos atendimentos foram feitos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Edição: Rodrigo Durão Coelho.